Estudos sobre o potencial de virulência e filogenia de amostras de Escherichia coli do sorotipo O113:H21 / Studies on the virulence potential and phylogeny of O113:H21 Escherichia coli strains

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/02/2011

RESUMO

Neste trabalho 37 amostras de Escherichia coli do sorotipo O113:H21, isoladas de infecções humanas (03 amostras), do reservatório animal (33 amostras) e de alimentos (1 amostra), em diferentes regiões brasileiras, foram analisadas quanto à suas características genotípicas e fenotípicas de virulência, sua diversidade genética e filogenética. A presença do gene stx, definindo o patotipo STEC foi observada em todas as amostras de origem não humana. Amostras humanas, desprovidas deste gene foram classificadas como não-STEC. A pesquisa de outros genes relacionados à produção de toxinas, adesinas e proteínas autotransportadoras revelou a ocorrência de distintos perfis de virulência entre amostras de diferentes origens. Dentre as amostras STEC o perfil composto pelos genes ehxA, subAB, epeA, espP, lpfO113, iha e saa, associados ou não à cdt-V foi o mais prevalente. Amostras não-STEC apresentaram somente astA, lpfO113 e iha. O genótipo stx2d-ativável foi encontrado na maioria das amostras STEC. Plasmídeos de alta massa molecular ocorreram em 25 das 37 amostras estudadas, mas apenas nas amostras STEC estes plasmídeos puderam ser caracterizados como sendo o plasmídeo de virulência característico de STEC O113:H21, pO113. Amostras STEC foram investigadas quanto a ocorrência de subtipos dos genes ehxA e saa. Em relação ao gene de enterohemolisina apenas o subtipo A foi encontrado; quanto ao gene saa, quatro subtipos distintos deste gene estiveram presentes entre as amostras estudadas. Estes subtipos corresponderam a variantes de 500 a 800 pb. Ensaios de citotoxicidade revelaram a capacidade de expressão dos genes para as toxinas SubAB e CDT-V em 13 e 07 das amostras STEC respectivamente. Em ensaios de interação das bactérias em estudo com as linhagens celulares Caco-2 e T84, 13 amostras, todas STEC, apresentaram capacidade invasora. A capacidade de formação de biofilme em diferentes temperaturas (28oC e 37oC), testada em todas as amostras em placas de poliestireno, foi observada na maioria das amostras, tendo este fenômeno ocorrido nas duas condições testadas. A pesquisa em nível genotípico e fenotípico das fimbrias curli e do tipo I revelou que embora a maioria das amostras seja portadora destas estruturas, não houve uma correlação entre a presença das fimbrias e a capacidade de formação de biofilme. Análises sobre a expressão dos genes das adesinas Saa, Iha e LpfO113 por RTPCR demonstraram que embora a transcrição destes genes ocorra na maioria das amostras STEC este fato não teve nenhuma correlação com as características fenotípicas de virulência que foram estudadas. A análise da diversidade genética das amostras por PFGE permitiu a identificação de distintos clusters, com índices de similaridade genética que variaram de 65 a 100%. As análises filogenéticas demonstraram que em termos de grupo filogenético exceto por uma amostra todas as E. coli O113:H21 pertencem ao grupo B1. Ensaios de MLST demonstraram haver uma relação filogenética entre amostras STEC O113:H21 de origem animal e amostras humanas deste sorotipo. Os resultados obtidos demonstram a ocorrência em nosso meio de amostras STEC O113:H21 com características de virulência e filogenéticas semelhantes a amostras isoladas de casos de SHU em outros países.

ASSUNTO(S)

escherichia coli produtora de toxina shiga marcadores de virulência invasão diversidade genética mlst microbiologia

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