Estudos sobre indução, manutenção e estabilidade genética da calogênese in vitro de Caesalpinia echinata Lam. (Pau-brasil). / Studies on induction and maintenance of genetic stability in vitro organogenesis of Caesalpinia echinata Lam (Pau-Brazil).

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/07/2010

RESUMO

A Caesalpinia echinata Lam (pau-brasil) foi protagonista do primeiro dos ciclos econômicos da história do Brasil, que contribuíram para a redução do bioma Mata Atlântica. A sua condição de espécie ameaçada de extinção (IUCN, 2008; BRASIL, 2008) se deve não só ao intenso extrativismo e à redução física de sua área de ocorrência, mas também às lacunas ainda existentes quanto ao conhecimento acerca de sua propagação (Barbedo et al., 2002). A cultura de tecidos vegetais é uma técnica importante e tem sido utilizada com sucesso na propagação de várias espécies, inclusive lenhosas. Brunetta, em 2006, constata a mesma situação encontrada por Lee e Rao em 1988, de que apesar do êxito da propagação in vitro com plantas arbóreas de clima temperado, são poucos os trabalhos empregando essa técnica em espécies arbóreas tropicais. A calogênese é uma etapa básica para o desenvolvimento de sistemas de propagação massiva de plantas por organogênese ou embriogênese somática, sendo também útil na produção de células para manipulações genéticas, como hibridações somáticas, poliploidizações e transformações genéticas. Além destes aspectos, o cultivo de calos pode ser utilizado para obter suspensão celular, para estudar o desenvolvimento da célula e a síntese de produtos provenientes do metabolismo primário e secundário. Os efeitos da combinação de diferentes concentrações e fontes de auxina (2,4-D ou ANA) e citocinina (BAP ou KIN), em meio de cultura MS modificado, foram avaliados na indução de calogênese em diversos tipos de explante, coletados em diferentes estádios ontogenéticos de Caesalpinia echinata Lam. Os resultados demonstram que o uso de explantes em estádios iniciais de desenvolvimento reduziu significativamente o índice de contaminação e incrementou as taxas de calogênese. Foi constatada calogênese a partir do tegumento de sementes colhidas previamente à deiscência do fruto, que provavelmente se originou de células residuais do endosperma, ou do complexo estomático existente neste tecido. Foi possível induzir e manter calos viáveis, por longo período, a partir de explantes contendo: o genótipo da matriz; o genoma resultante da fecundação da oosfera e; possivelmente, o balanço genômico 2m:1p, resultado da dupla fecundação que origina o endosperma. Os calos foram avaliados através da técnica AFLP (polimorfismo do comprimento de fragmentos amplificados), quanto à possível ocorrência de variação somaclonal em função: da origem dos explantes, quantidade de subculturas e tempo de manutenção in vitro. A eletroforese em gel de poliacrilamida dos fragmentos corados com nitrato de prata gerou poucas bandas de boa resolução e todas monomórficas, demonstrando que é viável o uso da técnica AFLP na cultura celular da espécie, entretanto devem ser testadas novas combinações de nucleotídeos na amplificação para ampliar o poder da técnica para a detecção de variação somaclonal.

ASSUNTO(S)

variação somaclonal espécie ameaçada fitotecnia plant tissue culture somaclonal variation threateaned species cultura de tecidos vegetais

Documentos Relacionados