Estudos sobre a competencia vetorial de populações de mosquitos (Diptera, Culiciade) da região metropolitana do Recife, Pernambuco e de Campinas, São Paulo, Brasil, para Dirofilaria immitis (Nematoda, Onchocercidae) / Vectorial competence studies of mosquitoes populations (Diptera, Culiciade) of Metropolitan Region of Recife, Pernambuco and Campinas, São Paulo, Brazil to Dirofilaria immitis (Nematoda, Onchocercidae)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Mosquitos pertencentes aos gêneros Culex, Aedes, Anopheles, Mansonia, Psorophora e Coquillettidia são susceptíveis à infecção por Dirofilaria immitis (Leidy, 1856), podendo transmitir o filarídeo aos cães e gatos. Os vetores de D. immitis no Brasil são conhecidos apenas nos Estados do Rio de Janeiro e do Maranhão, fazendo-se necessária a investigação da susceptibilidade e da competência vetorial de espécies existentes nos demais Estados brasileiros. O presente trabalho teve por finalidade verificar a freqüência de infecção por D. immitis em cães domiciliados na Região Metropolitana do Recife, bem como avaliar a susceptibilidade e a competência vetorial de Culex quinquefasciatus Say, 1823, Aedes aegypti Linnaeus, 1762 e Ae. albopictus Skuse, 1894 provenientes de área endêmica e não endêmica para a transmissão desse filarídeo, em condições experimentais. A resposta imune humoral (melanização) apresentada pelos mosquitos expostos à infecção também foi avaliada. Para a realização do inquérito epidemiológico, 816 amostras de sangue canino foram coletadas nas áreas costeiras da Região Metropolitana do Recife e no município de Bezerros, agreste do Estado de Pernambuco. As amostras sangüíneas foram analisadas por meio de teste parasitológico para a pesquisa de microfilárias de D. immitis, utilizando-se o método modificado de Knott. Para a avaliação da competência vetorial Cx. Quinquefasciatus população RECIFE, Ae. aegypti populações RECIFE, UNICAMP e linhagem ROCKFELLER e Ae. albopictus população RECIFE foram criados em insetário sob condições controladas (28 + ou - 1 GRAU C e 80 + ou - 5% de umidade relativa do ar). As fêmeas das espécies estudadas foram alimentadas com sangue canino contendo diferentes densidades de microfilárias de D. immitis, por meio de membrana artificial confeccionada com pele fresca de animal. Para Cx. quinquefasciatus, que é uma espécie ornitofílica, foi utilizada pele de codorna, e para Ae. aegypti e Ae. albopictus a membrana artificial foi confeccionada com pele de rato. Os resultados obtidos no estudo mostraram freqüência de 3,61%, 7,89% e 7,69% de cães infectados na Ilha de Itamaracá, Igarassu e Recife, respectivamente. Após as infecções experimentais, observou-se que a mortalidade de Cx. quinquefasciatus não foi influenciada pela exposição a diferentes densidades de microfilárias de D. immitis (F = 0,0615, p>0,05) e os índices encontrados variaram de 8,9% a 36,25%. Os índices de eficiência vetorial (IEV) apresentados por Cx. quinquefasciatus população RECIFE variaram de 7,8% a 56,5%. Em relação à razão de infecção, o maior índice foi encontrado no grupo de fêmeas expostas a densidade de 1913 microfilárias/ml, entretanto, não foi influenciado pela taxa de ingurgitamento das fêmeas (F=3,2937, p>0,05). Por meio de melanização, Cx. quinquefasciatus população RECIFE, limitou a intensidade do parasitismo, promovendo o equilíbrio da relação parasito-hospedeiro e deste modo passando a ser um excelente vetor de D. immitis na Região Metropolitana do Recife. Dentre as espécies de Aedes estudadas, verificou-se que a população RECIFE de Ae. aegypti apresentou maior mortalidade (70,7%) ao final dos experimentos, apresentando diferença estatisticamente significante (p<0,01) em relação à linhagem ROCKFELLER, população UNICAMP e Ae. albopictus população RECIFE, que não diferiram entre si (p>0,05). Em relação ao índice de eficiência vetorial (IEV) foi detectado um índice de 7,4% para a linhagem ROCKFELLER e uma variação de 20,0% a 53,8% para as populações de Ae. aegypti e 25,2% para Ae. albopictus população RECIFE. O maior número de larvas de D. immitis infectantes na probóscide foi apresentado por Ae. albopictus população RECIFE, além de uma baixa mortalidade. Desta forma, esta população mostrou-se susceptível ao filarídeo e por apresentar baixa mortalidade, foi considerada como a melhor vetora. Ae. aegypti população RECIFE não apresentou reação de melanização e apresentou mortalidade acentuada, enquanto que Ae. aegypti população UNICAMP e linhagem ROCKFELLER mostraram-se refratárias à infecção por D. immitis

ASSUNTO(S)

mosquito como transmissor de doenças disease susceptibility mosquitoes as carriers of disease dirofilaria immitis dirofilaria immitis susceptibilidade a doença

Documentos Relacionados