Estudos in vitro sobre a atividade antioxidante, antimutagenica e potencial de risco da melatonina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

A melatonina, honnônio produzido pela glândula pineal, apresenta um gr-ande interesse na atualidade, devido à demonstração de sua ação antioxidante tanto in vitro como in vivo. Neste trabalho, foi investigado o potencial de risco genético e toxicológico da melatonina em culturas de células, e sua atividade antimutagênica. A mutagenicidade da melatonina foi determinada pelo teste de Ames, na presença e na ausência de ativação metabólica (fração S9), nas linhagens de Salmonella typhimurium TA97, Tal00 e TA102. A exposição das culturas por 30 minutos, à diferentes concentrações de melatonina (29-1160 _g/placa) não induziu nenhum aumento significativo do número de colônias revertentes, tanto na presença como na ausência de ativação metabólica. A melatonina mostrou, também, uma reversão dose-dependente (29 ? 232 _g/placa) dos efeitos mutagênicos causados pelo H2O2 (0,5 mM), na linhagem T A1O2. A atividade citotóxica da melatonina para fibroblastos de hamster chinês (linhagem V79) foi determinada pela medida de seus efeitos sobre a viabilidade e proliferação celular. A melatonina não alterou a viabilidade celular, medida pela redução do MTT, na faixa de concentração entre 0,0001 a 1 mM. A exposição das células por 30 minutos a diferentes concentrações de melatonina (0,01 - 5 mM) não causou inibição significativa do crescimento celular, no período de 24 horas subsequente ao tratamento. Entretanto, a exposição das células por 24 horas a concentrações de melatonina entre 0,5 a 5 mM causou inibição significativa do crescimento celular, de fonna dependente da dose. A melatonina mostrou ser um antioxidante altamente eficiente em solução, inibindo a oxidação degradativa da desoxirribose, induzida pelo sistema H2O2/Fe+3/NTA, de forma dependente da dose. Este hormônio foi 10 vezes mais eficiente que a glutationa e 200 vezes mais que o manitol, ao sequestrar os radicais hidroxila. Porém, o trolox foi 15 vezes mais eficaz que a melatonina. Entretanto, ao avaliar crescimento celular em fibroblastos V79, a melatonina (0,001 mM) mostrou uma proteção apenas parcial (50+ 7%) do efeito inibitório induzido por H2_ (50 µM). Contudo, a melatonina não protegeu a membrana mitocondrial de fibroblastos V79 contra os ataques dos oxidantes H2O2 e HPC (2,5 mM), como demonstrado pela ausência de proteção no ensaio do MTT. Já em eritrócitos humanos, ela mostrou ser um antioxidante eficiente contra a peroxidação lipídica, induzida pelo H2O2 (5 mM), apresentando um efeito protetor dose-dependente. Estes resultados indicam que a melatonina não é mutagênica e, além disso, inibe a mutação induzida pela H2O2 . A análise da toxicidade da melatonina pelas células V79 mostrou que a melatonina é citotóxica somente quando presente em altas concentrações e por tempo prolongado. A melatonina mostrou ser um eficiente antioxidante em sistema livre de células, em cultura de fibroblastos V79 apresentou proteção apenas parcial contra os efeitos da H2O2 . Entretanto, em eritrócitos mostrou eficiente proteção contra danos de membrana induzidos por este oxidante

ASSUNTO(S)

melatonina toxicidade - testes

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