Estudos ecotoxicológicos com ênfase na avaliação da toxicidade de surfactantes aniônicos aos cladóceros Daphnia similis, Ceriodaphnia dubia e Ceriodaphnia silvestrii

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Os principais surfactantes aniônicos disponíveis no mercado mundial são o dodecil benzeno sulfonato de sódio (LAS) e o dodecil sulfato de sódio (DSS), utilizados principalmente em produtos de limpeza doméstica e de higiene pessoal. Devido ao grande consumo mundial de LAS e de DSS há uma crescente preocupação sobre os efeitos adversos destes compostos no ambiente e aos organismos. Este trabalho teve por objetivo avaliar a toxicidade aguda e crônica do LAS e do DSS aos organismos-teste Daphnia similis, Ceriodaphnia dubia e Ceriodaphnia silvestrii. Foi também avaliada a toxicidade da água e dos sedimentos em quatro reservatórios e um riacho do estado de São Paulo por meio de testes de toxicidade aguda e da análise quantitativa do surfactante LAS. Os testes de toxicidade aguda indicaram uma CE(I)50;48h do LAS de 14,17 mg L-1 para D. similis, 11,84 mg L-1 para C. dubia e 13,51 mg L-1 para C. silvestrii. Nos testes crônicos realizados foi observada significativa alteração viabilidade da progênie de C. dubia e C. silvestrii exposta ao LAS, com valores de CENO igual a 1,0 mg L-1 para C. dubia e 2,5 mg L-1 para C. silvestrii. Pode-se concluir que o valor máximo permissível de surfactantes de 0,5 mg L-1, estabelecido pela Resolução CONAMA n. 357/2005 em águas destinadas à proteção das comunidades aquáticas, é adequado para a espécie nativa C. silvestrii. Nos testes de toxicidade aguda de DSS foram obtidos valores de CE(I)50;48h de 12,82; 4,37 e 5,42 mg L-1, para D. similis, C. dubia e C. silvestrii, respectivamente. No ensaio de toxicidade crônica obteve-se valor de CENO igual a 2,0 mg L-1 para C. silvestrii. O surfactante LAS foi detectado nas amostras de água dos Reservatórios do Lobo (Broa), Lagoa Dourada e Represa do Monjolinho em concentração inferior a 5 mg L-1. Os testes revelaram que não há toxicidade aguda aos cladóceros da água da Lagoa Dourada e do Reservatório do Lobo, havendo, contudo, toxicidade da água da Represa do Monjolinho para D. similis e da água do Córrego do Fazzari para os cladóceros D. similis e C. dubia. Somente a amostra de sedimento da Represa do Monjolinho não causou toxicidade aos cladóceros.

ASSUNTO(S)

zooplâncton Água - poluição ecologia cladocerans ecologia anionic surfactants sodium lauryl sulfate toxicidade - testes linear alkylbenzene sulfonate toxicity freshwater

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