Estudos ecológicos e ecotoxicológicos de espécies nativas de Hydra (Cnidaria: Hydrozoa) / Ecological and ecotoxicological studies of native species of Hydra (Cnidaria: Hydrozoa)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

No presente estudo, duas espécies nativas, Hydra viridissima Pallas, 1766 e Hydra salmacidis Silveira, Gomes e Silva, 1997 foram estudadas visando obter informações sobre a biologia, a ecologia e a potencialidade destas espécies como organismos-teste em estudos ecotoxicológicos. Para isso, foram avaliados alguns aspectos de seus ciclos de vida, como as taxas de crescimento individual e populacional por meio do cultivo das hidras em laboratório, e foram investigados seus potenciais predadores e presas preferenciais dentre os principais componentes da comunidade de invertebrados aquáticos, presentes em corpos de água doce similares aos ambientes onde as espécies ocorrem naturalmente. Avaliou-se também o efeito de diferentes agentes tóxicos, tais como metais, sais, fármacos e surfactantes, às espécies estudadas, bem como seus efeitos sobre a capacidade de regeneração destas hidras. Além disso, avaliou-se a toxicidade de cianotoxinas e de amostras ambientais de água e sedimento aos organismos. Os resultados indicaram que macroinvertebrados, como as ninfas de Odonata, as larvas do Diptera Chaoborus sp. e os Copepoda Cyclopoida, além do peixe Poecilia reticulata, usuais predadores de invertebrados em águas doces, não consumiram as hidras, e que H. viridissima tem como presas preferenciais as fases jovens dos copépodos calanóides e pequenos cladóceros, enquanto que H. salmacidis, além destas presas, também tem preferência pelos organismos adultos dos copépodos calanóides. Os tempos de geração obtidos para as espécies de Hydra não diferiram significativamente entre si (5,2 ± 1,14 e 5,2 ± 0,79 dias para H. viridissima e H. salmacidis, respectivamente) e foram relativamente curtos, enquanto que H. viridissima apresentou um tempo de duplicação da população (6,38 ± 2,40 dias) significativamente maior do que H. salmacidis (4,11 ± 0,21 dias). Em relação à sensibilidade das hidras aos agentes tóxicos, as duas espécies foram bastante sensíveis quando comparadas a espécies de outros grupos de invertebrados rotineiramente utilizados como organismos-teste, e ora uma, ora outra espécie teve maior sensibilidade aos agentes tóxicos testados. Estas espécies nativas de Hydra são bastante adequadas para os estudos ecotoxicológicos por serem facilmente cultivadas, com baixo custo, e por responderem por meio de modificações morfológicas graduais às condições de crescente toxicidade, evidenciando, além das concentrações letais, as concentrações subletais de agentes tóxicos ou amostras ambientais. São, portanto, excelentes organismos-teste e devido à sua capacidade de regeneração podem ser utilizadas como indicadores de toxicidade.

ASSUNTO(S)

hydra salmacidis hydra viridissima hydra viridissima predação predation regeneração regeneration reprodução reproduction crescimento ecotoxicologia ecotoxicology growth hydra salmacidis

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