Estudos da reação ao cobre em Xanthomonas axonopodis pv. citri : avaliação da sensibilidade in vitro e transferência conjugativa de plasmídeo envolvido na resistência ao cobre

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O cancro cítrico, causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac), é um dos problemas limitantes para a produção de citros em várias regiçoes do mundo. Produtos à base de cobre são comumente utilizados para controle de diversas doenças fúngicas e bacterianas, inclusive o cancro cítrico. No entanto, sua utilização pode levar à seleção de Xac resistente ao cobre. Os objetivos deste estudo foram verificar a presença de resistência ao cobre em Xac provenientes de diferentes Estados do Brasil e países da América do Sul, bem como verificar a ocorrência de transferência plasmidial, que confere resistência ao cobre, entre isolados de Xanthomonas campestris pv. vesicatoria e Xac. Meio de cultura agar nutriente suplementado com sulfato de cobre, em diferentes concentrações, foi utilizado para determinar a sensibilidade ao cobre em Xac. Para verficar a transferência plasmidial, foi utilizado como doador o isolado 81-23 de X. campestris pv. vesicatoria, resistente à 32 mg/ml de cobre. Esse isolado contém o plasmídeo autotransmissível pXvCu. O mutante do isolado 306 de Xac, sensível ao cobre e resistente à rifampicina, foi utilizado como receptor. A obtenção de transconjugantes foi feita em meio líquido, sólido e in planta. Plantas de laranja Valência foram inoculadas para confirmar a patogenicidade dos transconjugantes. A estabilidade plasmidial dos transconjugantes foi verificada por sucessivas repicagens em meio de cultura sem os agentes seletivos. A confirmação dos transconjugantes resistentes ao cobre foi verificada através do perfil plasmidial. Entre os 207 isolados de Xac avaliados não foi possível verificar a presença de resistência ao cobre, no entanto, houve variação quanto à tolerância ao cobre. A maior concentração de cobre em que houve crescimento bacteriano foi de 8 mg/ml de cobre para isolados de Xac provenientes de São Paulo, Argentina, Bolívia e Paraguai. Não foi possível verificar diferença quanto à procedência dos isolados e sua sensibilidade ao cobre. O plasmídeo que confere resistência ao cobre foi transferido para Xac a uma frequência variando de 3 x 10-3 a 3 x 10-4, 0 a 1,4 x 10-5 e 3,4 x 10-4 a 1,8 x 10-5, para conjugação em meio líquido, sólido e in planta, respectivamente. Foram obtidos transconjugantes com resistência ao cobre superior àquela do doador. A conjugação em meio líquido mostrou ser o método mais eficiente para transferência plasmidial. A patogenicidade a citros foi confirmada para todos os transconjugantes obtidos. A estabilidade dos transconjugantes foi determinada após 160 gerações de sucessivas repicagens em meio de cultura sem o agente seletivo. O presente estudo mostrou que ainda não há resistência ao cobre entre os isolados de Xac avaliados. Entretanto, a capacidade de transferência de plasmídeo com resistência ao cobre entre X. campestris pv. vesicatoria e Xac pode comprometer a eficiência do produto para o controle do cancro cítrico.

ASSUNTO(S)

plasmids copper cancro cítrico plasmídeos cobre fitopatologia citrus canker plant diseases

Documentos Relacionados