Estudos citogenéticos em Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) na região da Serra dos Carajás, nas bacias hidrográficas do Tocantins-Araguaia e do Xingu / Cytogenetic studies in Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) in the Serra dos Carajás, in the watersheds of Tocantins-Araguaia and Xingu

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/03/2011

RESUMO

A região neotropical concentra a mais rica fauna de peixes do mundo. O Brasil incorpora as bacias hidrográficas mais importantes dessa região e consequentemente à maior diversidade íctica. A bacia amazônica é a mais importante em volume de água e em espécies de peixes. As bacias do Xingu e do Tocantins-Araguaia representam duas importantes bacias que formam o sistema hídrico amazônico. A ictiofauna neotropical é dominada por peixes que têm uma associação relativamente antiga com os habitats de água doce, como as ordens dos Characiformes e Siluriformes. Os Characiformes são um dos mais complexos táxons de peixes da América do Sul, com destaque para a família Erythrinidae, um pequeno grupo dividido em três gêneros amplamente distribuídos pela América do Sul, Hoplias, Hoplerythrinus e Erythrinus. O gênero Hoplias é um dos táxon mais estudados dentro dos peixes neotropicais, principalmente sobre o ponto vista citogenético. Hoplias malabaricus, a espécie nominal mais abundante, representa um interessante modelo para estudos de evolução dos peixes neotropicais, por apresentar grandes variações cariotípicas (2n=39 a 2n=42) representadas por sete cariomorfos que se distribuem em todas as grandes bacias da América do Sul e que representam um complexo de espécies. O objetivo do presente trabalho foi estudar citogeneticamente populações de H. malabaricus na região das Serra dos Carajás, nos limites geográficos das bacias do Araguaia e do Xingu, a fim de entender a relação dessa região com os processos evolutivos do complexo de espécies. As coletas ocorreram em afluentes dos rios Fresco (bacia do Xingu), Pau Arco, Arraia e Araguaia (bacia do Araguaia). Os peixes foram submetidos às técnicas citogenéticas seguindo protocolos específicos. Os resultados indicaram a presença do cariomorfo 2n= 40C na bacia do bacia do Araguaia, com fórmula cariotípica igual 2n= 11m + 9sm e número fundamental (NF) igual a 80. Na bacia do Xingu registrou-se um novo cariomorfo 2n=40, com fórmula cariotípica 2n= 15m + 5 sm e NF=80. Os resultados da bacia do Tocantins-Araguaia corroboram outros estudos na bacia, os quais indicam pelo menos três cariomorfos 2n=40 e um 2n=42 nesta drenagem, com simpatria entre os cariomorfos 40C e 40F. O presente trabalho registra o primeiro registro de cariomorfo 2n=40 para a bacia do Xingu. Os resultados da bacia do rio Xingu também estão dentro do esperado para a bacia amazônica, onde há registro de simpatria entre oscariomorfos 2n=40 e 2n=42. O cariomorfo do Xingu apresentou padrão de banda C/CMA3 semelhante ao dos 2n=42 e que foi interpretado como caracteres plesiomórficos. As variações encontradas no presente trabalho entre os cariomorfos do Araguaia, e do Xingu, aparentemente são resultados de variações geográficas fixadas nas populações e não apenas em polimorfismos. Os resultados sugerem que os padrões de variação dos cariomorfos 2n=40C devem ser re-analisados para refletirem melhor as tendências evolutivas do complexo H. malabaricus.

ASSUNTO(S)

serra dos carajás xingu tocantins-araguaia hoplias malabaricus genetica animal hoplias malabaricus tocantins-araguaia xingu serra dos carajás

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