Estudo retrospectivo e prospectivo dos tumores cutâneos em cães e diferenciação dos tumores cutâneos de células redondas pela imuno- histoquímica

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/02/2011

RESUMO

Os objetivos desse trabalho foram determinar a prevalência em cães dos tumores cutâneos, relacionar o tipo histológico com a localização anatômica e utilizar a imuno-histoquímica (IHQ) para diferenciação dos tumores de células redondas. Foi avaliada a expressão do CD117 nos mastocitomas comparando-a com os graus histológicos nos mastocitomas primários e também nas mestástases, quando encontradas. Os cães diagnosticados com neoplasia de células redondas atendidos no Hospital Veterinário da UFMG durante o período de 2009 a 2010 foram também investigados sobre o tratamento, recidivas e/ou ocorrência de metástases. A avaliação foi realizada pela análise dos protocolos de biópsia de pele e fichas de necropsia que constavam tumores cutâneos do Laboratório de Patologia Veterinária da Escola de Veterinária, durante o período de 1996 a 2010. Os marcadores CD117, CD3, CD79a, CD45, vimentina, E-caderina e citoqueratina AE1/AE3 foram utilizados nesse estudo. Nesse intervalo foram encontradas 1882 neoplasias cutâneas, de um total de 1762 cães. Os tumores mais frequentes nos animais jovens foram o histiocitoma, o mastocitoma e o papiloma. A localização anatômica em ordem decrescente de frequência foi cabeça (18,25%), períneo (10,23%), tórax (8,76%), membro pélvico (7,71%), membro torácico (7,45%), abdômen (6,30%), dorso (5,35%), escroto (3,36%), pescoço (2,94%), prepúcio (2,57%) e cauda (1,57%). Cerca de 8,50% dos animais tinham tumores multicêntricos. As neoplasias malignas foram mais frequentes que as benignas. Cerca de 45,59% dos tumores eram mesenquimais, 42,74% eram epiteliais, 8,91% eram melanocíticos e 1,57% eram hematopoéticos. Após o uso da IHQ, a frequência das neoplasias de células redondas foi modificada na contagem total de tumores. Foram diagnosticados 315 mastocitomas, 40 linfomas, 38 histiocitomas cutâneos, 13 tumores venéreos transmissíveis (TVT), 9 plasmocitomas e 6 sarcomas histiocíticos localizados. Os dez tipos tumorais mais prevalentes foram: mastocitoma (16,73%; 315/1882), melanoma (9,03%; 170/1882), lipoma (7,49%; 141/1882), adenoma sebáceo (6,53%; 123/1882), carcinoma de células escamosas (6,42%; 121/1882), adenoma hepatóide (5,89%; 111/1882), hemangiossarcoma (4,94%; 93/1882), hemangioma (3,77%; 71/1882), tricoblastoma (2,39%; 45/1882) e fibrossarcoma (2,12%; 40/1882). Dos 78 mastocitomas sem metástase submetidos à IHQ, 43,59% foram classificados na histologia como grau I; 34,62% como grau II e 21,79% como grau III. Simultaneamente, 53,85% foram classificados na IHQ como padrão KIT I, 30,77% padrão KIT II e 15,38% padrão KIT III. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os graus histológicos em relação aos três padrões KIT nesses 78 mastocitomas avaliados. O padrão KIT de 16 mastocitomas metastáticos também foi avaliado não sendo observadas diferenças estatísticas significantes entre o tumor primário e suas metástases. A correlação entre o padrão KIT do tumor primário e sua respectiva metástase foi de 78%. O periodo médio livre de recidiva nos 25 animais com mastocitoma acompanhados foi de 325 dias, independente do grau histológico, padrão KIT ou tratamento. O tempo médio de sobrevida livre da doença nos cinco animais diagnosticados com linfoma T foi de 225 dias.

ASSUNTO(S)

cão doenças teses. tumores em animais teses. pele tumores teses. imunohistoquímica teses.

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