Estudo geoquímico e geocronológico Rb-Sr e Sm-Nd em zonas de cisalhamento mineralizadas em ouro e suas relações com as rochas encaixantes e geocronológico Sm-Nd em mineralizações de scheelita na faixa Seridó

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

As mineralizações estudadas estão inseridas na Faixa de dobramento Seridó. A scheelitífera de Brejuí está hospedada em rochas calciossilicáticas da Formação Jucurutu. A mineralização aurífera de São Francisco tem como hospedeiros micaxistos da Formação Seridó, enquanto que as mineralizações de Ponta da Serra e da Fazenda Simpático estão hospedadas em ortognaisses do embasamento desta faixa de dobramentos. Grande parte das mineralizações de ouro estão associadas à zonas de cisalhamento que funcionam como conduto para a circulação de um grande volume de fluidos, que interagem com as rochas hospedeiras provocando lixiviação ou precipitação de elementos químicos, incluindo o ouro. Estas foram algumas das principais características observadas nas mineralizações aqui estudadas. A pesquisa realizada nas mineralizações de ouro teve a finalidade de integrar os dados do comportamento de elementos químicos durante o evento cisalhamento/mineralizante, e sua influência nos sistemas isotópicos Rb-Sr e Sm-Nd. Os estudos de mobilidade química mostraram que os elementos, que durante o cisalhamento, de uma forma geral apresentaram um coportamento imóvel, foram o AI, Ti e Zr. Dentre os elementos que foram mobilizados durante o evento, o K e o Rb mostraram ganho de massa em todas as faixas de rochas transformadas, enquanto que os elementos Ca, Na e o Sr normalmente perderam massa. Os elementos Sm e Nd na mineralização de São Francisco se comportaram como imóveis e em Ponta da Serra e Fazenda Simpático perderam massa. Os estudos petrográficos mostraram que os minerais biotita e plagioclásio, em todas as mineralizações estudadas, tiveram papel importante nas reações química ocorridas nas rochas transformadas para a geração de muscovita, cordierita e silimanita, justificando a entrada do K para formação da muscovita e da liberação de Na e Ca do plagioclásio para a fase fluida. Na mineralização aurífera de São Francisco, os resultados das análises isotópicas de Rb e Sr, forneceram idades de 645 19 Ma e de 596 17 Ma com amostras das rochas originais e transformadas juntas. Duas idades, 569 20 Ma e 554 19 Ma foram obtidas com as amostras do domínio das rochas transformadas. Estas idades são sugestivas de que houve dois pulsos metamórficos durante a instalação da zona de cisalhamento mineralizada. Os dados Sm-Nd forneceram idades TDM de 1,31 Ga e de 1,26 Ga com 3Nd (0,6 Ga) de -0,26 e -0,40 respectivamente para a rocha original e transformada final. Para os ortognaisses do Complexo Caicó, caso da mineralização de Ponta da Serra e da Fazenda Simpático, os dados Rb-Sr não forneceram idades com significado geológico. Na mineralização de Ponta da Serra, os dados isotópicos Sm-Nd forneceram idades T DM de 2,56 Ga e 2,63 Ga para as rochas originais e de 2,71 Ga para a rocha cisalhada, mineralízada e valores de 3Nd (2,0 Ga) entre -3,70 e -5,42 para rocha original e cisalhada respectivamente. Na Fazenda Simpático os dados de Sm-Nd forneceram as idades T DM ficaram entre 2,65 e 2,69 Ga com valores de 3Nd (2,0 Ga) entre -5,25 e -5,52. Quanto aos dados Sm-Nd as idades T DM podem ser admitidas como a idade de extração do magma parental formador dos protólítos dos ortognaisses das mineralizações Ponta da Serra e da Fazenda Simpático. Os valores de 3Nd baixos e negativos sugerem uma fonte crustal, ou a participação de duas fontes (mantocrosta) . Os estudos de mobilidade química mostraram que nas mineralizações hospedadas no embasamento, o Rb ganhou massa enquanto o Sr perdeu massa e tanto o Sm quanto o Nd, foram fortemente mobilizados. As razões Sm/Nd entretanto se mantiveram constantes, confirmando o caráter isoquímico destes elementos. Nas mineralizações do embasamento, idades pelo método Rb-Sr são desprovidas de significado geológico, em função da abertura parcial do sistema isotópico durante as transformações tectonometamórficas. Na mineralização scheelitífera foi realizado um estudo geocronológico Sm-Nd com o intuito de se obter as idades das paragêneses formadas durante os eventos hidrotermais sofridos pelas rochas calciossilicáticas mineralizadas. O diagrama Sm-Nd construído com os dados de rocha total e paragênese de alta temperatura (granada, diopsídio e hornblenda ferropargasítica) forneceu uma idade de 631 24 Ma, e com os dados de rocha total e paragênese de baixa temperatura (vesuvianita, epidoto e calcita), foi obtida uma idade de 537 107 Ma. Estas idades associadas com as observações petrográficas sugerem que houve um lapso de tempo entre os eventos hidrotermais responsáveis pelas formações das paragêneses de alta e de baixa temperatura nas rochas calciossilicáticas mineralizadas em scheelita

ASSUNTO(S)

geocronologia mineralizações auríferas datação sm-nd em rochas calciossilicáticas formação mineral estudo geoquímico cisalhamento mineração mobilidade química datação rb-sr e sm-nd de mineração de ouro

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