Estudo geofísico de quatro prováveis estruturas de impacto localizadas na bacia do Parnaíba e detalhamento geológico/geofísico da estrutura de Serra da Cangalha/TO / Geophysical study of four possible impact structures localized in the Parnaíba basin and geological/geophysical detail of the Serra da Cangalha structure/TO

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/04/2012

RESUMO

A Bacia sedimentar do Parnaíba abriga em seus domínios diversas estruturas circulares, das quais algumas têm sua origem atribuída a impactos meteoríticos sem que, no entanto, haja evidências comprobatórias. Esta tese aborda um estudo das assinaturas geofísicas das estruturas de São Miguel do Tapuio (SMT), Santa Marta (SM), Riachão (Ria) e Serra da Cangalha (SdC) utilizando dados aerogeofísicos de baixa resolução com o intuito de compará-las com outras crateras meteoríticas similares. Aborda também estudos geofísicos, utilizando dados aéreos de alta resolução e terrestres das estruturas de SdC e Ria, além de estudos geológicos de detalhe da estrutura de SdC, duas feições circulares com diâmetros de ~13 km (SdC) e ~4 km (Ria) localizadas nos estados de Tocantins e Maranhão, respectivamente. Os resultados fornecidos pelos métodos geofísicos mostram que a estrutura de SMT exibe alto magnético e assinatura gravimétrica variável, características estas não compatíveis com o padrão de estruturas de impacto similares; SM apresenta anomalia magnética negativa e gravimétrica positiva, características compatíveis com origem por impacto; Ria exibe altos magnético e gravimétrico na região central, e anomalia gamaespectrométrica circular com abundância de K, Th e U em sua porção central. Apesar da assinatura gravimétrica de Ria não ser claramente diagnóstica, a assinatura magnética é semelhante às de crateras de impacto similares. A estrutura de SdC apresenta anomalia gravimétrica da ordem de 1 mGal e dados aeromagnéticos mostram que o embasamento está a uma profundidade média de ~1,9 km, diminuindo para cerca de 500 a 1000 metros em sua porção central. Dados gamaespectrométricos revelam altos valores de K, Th e U no núcleo soerguido e alto Th e U na região externa próximo ao limite da cratera. Do ponto de vista morfo-estrutural SdC é constituída por núcleo soerguido que tem ~5,8 km de diâmetro e que possui em seu interior proeminente colar com ~3 km de diâmetro. Dados estruturais de campo, associados com análises de imagens de sensoriamento remoto, revelam WNW-ESE como a principal direção de deformação além de camadas invertidas preferencialmente concentradas no setor noroeste do colar, o que sugere um impacto oblíquo de sul para norte. Feições de deformação por choque incluem shatter cones, feather features (FF), planar fractures (PF) e planar deformation features (PDF) formadas ao longo da direção (0001), indicando pressão de choque <10 GPa. Esse conjunto de feições foi encontrado principalmente nas brechas polimíticas e shatter cones da depressão central e comprova a origem por impacto meteorítico da estrutura de SdC. Finalmente, resultados obtidos pela modelagem numérica da formação de SdC indicam que ela foi formada por um bólido com diâmetro de 1,4 km, viajando a 12 km/s, resultando na formação de uma cratera com ~15 km de diâmetro que liberou energia da ordem de 2,74x1020 J, considerando um nível atual de erosão de aproximadamente 500 metros.

ASSUNTO(S)

cratera de impacto geofísica - metodologia serra da cangalha impact structure geophysics

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