Estudo fitoquímico e farmacobotânico de Richardia brasiliensis Gomes (Rubiaceae) / Phytochemistry and Pharmacobotanical Study of Richardia brasiliensis Gomes (Rubiaceae)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Richardia brasiliensis Gomes (Rubiaceae), planta herbácea conhecida por ervanço, poaia e ipeca, é utilizada popularmente como emética, antidiabética, vermífuga e no tratamento de eczema, queimadura, bronquite, gripe, hemorróida e malária avícola. Estudos farmacológicos revelaram atividade antimicrobiana e antioxidante e investigações fitoquímicas anteriores resultaram no isolamento de terpenóides, flavonóide e cumarina. Este trabalho objetivou contribuir para o conhecimento do gênero Richardia e da família Rubiaceae por meio do estudo farmacobotânico e fitoquímico de Richardia brasiliensis Gomes. Para isto, o material vegetal foi coletado em João Pessoa Paraíba e depositado no Herbário Prof. Lauro Pires Xavier (JPB) com o código Tenório-Souza 01. No estudo farmacobotânico, a morfologia externa do vegetal foi analisada à vista desarmada e com auxílio de estereomicroscópio. Para as morfodiagnoses microscópicas, foram realizados secções paradérmicas e transversais das folhas (lâmina e pecíolo), bem como, secções transversais do caule e das raízes, que foram clarificadas, coradas, montadas entre lâmina e lamínula e analisadas ao microscópio óptico comum. A caracterização macroscópica de todos os órgãos evidenciou aspectos que são comuns às espécies pertencentes à família Rubiaceae, tais como, folhas simples opostas, estípulas interpeciolares, inflorescência cimosa, flores bissexuadas e actinomorfas, prefloração valvar e ovário ínfero. Microscopicamente, a folha é anfiestomática apresentando nas epidermes superior e inferior, estômatos paracíticos e tricomas tectores simples. A nervura principal apresenta feixe vascular colateral. O pecíolo possui feixe vascular em forma de arco e quatro pequenos feixes vasculares laterais. Em secção transversal, o caule em crescimento secundário é cilíndrico e o sistema vascular apresenta organização sifonostélica contínua ectoflóica, já a raiz principal apresenta parênquima cortical com idioblastos contendo ráfides e sistema vascular anficrival com organização protostélica nas raízes laterais e protostélica radiada na raiz principal. Para o estudo fitoquímico, o vegetal, após secagem e pulverização, foi submetido a processos de extração, partição e cromatografia para isolamento dos constituintes químicos. A estrutura química dos mesmos foi determinada por métodos espectroscópicos, tais como: Infravermelho, Massas e Ressonância Magnética Nuclear de 1H e 13C uni e bidimensionais e comparações com modelos da literatura. Da fase hexânica obtevese uma mistura de esteróides (β-sitosterol e estigmasterol) e 151-hidroxi-(151-S)- porfirinolactona a; da fase CHCl3 foi isolado e identificado quatro cumarinas: cedrelopsina, norbraylina, braylina e 5,6-dimetoxi-7,8-[2-(prop-1-en-2-il)-(2-S)-2,3- diidrofurano]cumarina (cumarineletefina), sendo esta última relatada pela primeira vez na literatura; e da fase AcOEt obteve-se o flavonóide canferol, contribuindo, portanto para a quimiotaxonomia do gênero Richardia e da família Rubiaceae.

ASSUNTO(S)

richardia brasiliensis gomes rubiaceae farmacobotânica fitoquímica phytochemistry rubiaceae richardia brasiliensis gomes farmacologia pharmacobotanical

Documentos Relacionados