Estudo do refluxo gastro-esofagico na infancia por meio da ultra-sonografia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

O objetivo desse trabalho foi determinar a acurácia da ultra-sonografia em identificar episódios de refluxo gastro-esofágico (RGE) e o valor da medida ultra -sonográfica do esôfago intra -abdominal em crianças portadoras da doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE). Participaram do estudo 20 pacientes que foram submetidos a exames simultâneos de ultra-sonografia e registro do pH esofágico no período de 15 minutos após ingestão de suco de laranja. Foi observada a presença de episódios de RGE e efetuada a medida do esôfago intra abdominal. Os episódios de RGE visualizados à ultra-sonografia foram comparados com os episódios registrados à pHmetria quanto à presença e número por paciente, além de coincidência temporal. para essas comparações foram empregados os testes de Wilcoxon e de McNemar. As medidas do esôfago intra-abdominal foram comparadas com o índice de refluxo da pHmetria prolongada e com os resultados da avaliação endoscópica e histopatológica da mucosa esofágica. Para essas variáveis foi utilizado o teste de Fisher. episódios de RGE foram visualizados ao ultra-som e 24 episódios registrados pela pHmetria. Um paciente apresentou 23 episódios de RGE visualizados pelo ultra-som e apenas 4 na pHmetria e foi excluído da análise estatística global e estudado em separado. Foi encontrada coincidência temporal dos episódios de refluxo .em 100% do tempo de observação do ultra-som com o registro da pHmetria em 15 pacientes, em 75% do tempo em 2 pacientes, em 50% do tempo em 1 paciente e nenhuma coincidência em 2 pacientes. A coincidência temporal da pHmetria em relação ao ultra-som foi de 100% em 16 pacientes, 75% em-1 paciente, 50% em 1 paciente e nenhuma coincidência em 2 pacientes. A USG observou RGE em 10 pacientes, desses, 9 apresentaram RGE nos 15 minutos à pHmetria. A pHmetria (15 min) apresentou episódios de RGE em 10 pacientes, desses 9 apresentaram RGE ao ultra-som.- As medidas do esôfago intraabdominal estavam diminuídas em 7 crianças e nessas o índice de refluxo foi maior em comparação com o grupo de pacientes que apresentaram medidas normais do esôfago intra-abdominal. A endoscopia digestiva alta foi realizada em 15 pacientes, com o diagnóstico de esofagite por macroscopia em 7 e por microscopia em 10. Todos os pacientes com endoscopia digestiva e biópsia esofágica normais apresentavam esôfago intra-abdominal de tamanho normal e todos os pacientes com esôfago intra-abdominal diminuído e que fizeram endoscopia apresentavam diagnóstico de esofagite na avaliação macroscópica e microscópica. Conclusões: 1. Houve coincidência quanto à presença e número de episódios de RGE por paciente nos exames simultâneos de pHmetria e ultra-sonografia; 2. foi observada coincidência entre o período de observação do ultra-som e o registro da pHmetria e a mesma relação foi encontrada entre a pHmetria com o ultra som; 3. as crianças com medida do esôfago intra-abdominal diminuída para a idade apresentaram índice de refluxo maior do que as com esôfago normal; 4. o achado de um esôfago intra-abdominal diminuído ao ultra-som corresponde à presença de esofagite tanto à avaliação macroscópica quanto à biópsia da mucosa esofágica

ASSUNTO(S)

gastroenterologia pediatrica ultra-sonografia esofago - doenças

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