Estudo descritivo de cirurgia de pterígio primário com adesivo de fibrina
AUTOR(ES)
Pereira, Carla Christina de Lima, Vieira, Sarah Apolonio, Leite, Edivania Pereira, Felix, Gabriela Alves de Lima, Torquato, Jamili Anbar
FONTE
Rev. bras.oftalmol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-08
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a técnica cirúrgica de exérese de pterígio primário com adesivo de fibrina, quanto à sintomatologia e dados epidemiológicos. MÉTODOS: Ensaio clínico prospectivo, não-controlado e aleatório com 30 pacientes do Hospital Universitário Lauro Wanderley, concordantes com o termo de consentimento livre e esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. As cirurgias foram avaliadas nos 1º, 7º e 21º pós-operatório (PO). RESULTADOS: Dos 30 pacientes operados, 16 (53,3%) eram do sexo feminino, com idade variando de 21 a 67 anos (42,2). Quanto à graduação do pterígio (1 a 3): grau 1-10 (33,3%), grau 2-10 (33,3%) e grau 3-10 (33,3%), sendo 16 (53,3%) no olho direito e 14 (46,7%) no olho esquerdo. 56,7% dos pacientes afirmaram intensa exposição solar durante a vida e possuíam casos semelhantes na família. No transoperatório, houve queixas de dor (43,3%) e sensação de corpo estranho (46,7%). O tempo cirúrgico variou de 11 a 32 minutos (17,7). As queixas no 1º, 7º e 21º PO, respectivamente, foram: dor (60%, 26,6% e 6,66%), hiperemia (93,3%, 66,6% e 36,6%), sensação de corpo estranho (53,3%, 46,6% e 20%), epífora (83,3%, 43,3% e 6,66%), secreção (33,3%, 36,6% e 6,66%), ardência (53,3%, 36,6% e 16,6%) e olho seco (6,66%, 26,6% e 23,3%). 43,3% afirmaram estar muito satisfeitos com a cirurgia e 63,8% consideraram o aspecto estético excelente. Três pacientes (10%) não compareceram ao 7 DPO e 5 (16,6%) ao 21 DPO. Não houve perda do enxerto nos casos estudados. CONCLUSÃO: O transplante autólogo de conjuntiva é atualmente a alternativa mais eficaz para o tratamento do pterígio. Associado ao uso do adesivo de fibrina, que é composto de fibrinogênio e trombina e tem a vantagem de ser totalmente absorvível, apresenta vantagens, dentre elas a redução do tempo cirúrgico. Neste estudo, corroborando com estudos recentes, o tempo cirúrgico médio foi 19,05 (±6,1) minutos e houve alta incidência de familiares portadores de pterígio e exposição aos raios ultravioleta. A queixa de olho seco aumentou progressivamente após a cirurgia, revelando uma possível alteração do ritmo do piscar. Pouco abordada na literatura, a sintomatologia avaliada neste estudo, mostrou que as queixas leves transoperatórias e acentuadas no 1º DPO, regrediram a partir do 7º DPO, justificando a maior satisfação dos pacientes e o excelente aspecto estético referido com o uso desta técnica.
ASSUNTO(S)
pterígio transplante autólogo espuma de fibrina epidemiologia sintomas locais
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