Estudo de um método multiclasse/multirresíduo para a determinação de pesticidas em amostras aquosas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo sobre o desenvolvimento do método de análise multiclasse/multirresíduo de pesticidas para ser aplicada às águas do Rio Caí, um dos formadores do Lago Guruba. A importância deste estudo se deve aos seguintes fatos: existe uma produção agrícola diversificada na bacia hidrográfica do Rio Caí, levando à utilização também diversificada de pesticidas (em tomo de 40 tipos); suas águas são utilizadas em várias cidades situadas na região e, além disso, Porto Alegre retira a água que consome do Lago Guaíba. Sendo assim, é necessário um controle permanente da qualidade dessas águas. O estudo consta da otimização de cada uma das duas etapas da análise: a pré-concentração, feita através da extração em fase sólida (SPE), e a análise propriamente dita feita através da cromatografia gasosa capilar com uma coluna apolar e outra medianamente polar, utilizando diferentes detectores (ECD, NPD, MSD). Na otimização da SPE foram estudados principalmente a técnica de empacotamento dos cartuchos, as fases sólidas, a adição de modificador de polaridade à amostra e o solvente de eluição. Foi feita a opção pelo empacotamento misto (seco e em seguida ressuspendido nos solventes de ativação e condicionamento), pela SPE em série (XAD-7 -> CI8 -> pNNPA), pela adição de metano I (solução 20%) como modificador de polaridade e pela eluição com uma solução binária de solventes (10% n-hexano em acetato de etila). Na otimização da análise cromatográfica foram estudados: o modo de injeção, o tempo de amostragem, a linearidade do detector, a faixa de linearidade, o LOD e o LOQ de cada pesticida O resultado mostrou que o método estudado permite a análise dos pesticidas citados, com resposta no ECD, com a faixa de recuperação entre 79,8 % para o forato e 120,2 % para a simazina, ficando abaixo apenas o mevinfós (60,2 %) e o folpet (67,0 %). Enquanto no GC-MSD a faixa de recuperação obtida foi de 71 % para a simazina a 127 % para o metolacloro. Ficaram fora da faixa de recuperação exigida os compostos que apresentam picos mal formados, o que leva a um alto desvio padrão relativo nas medidas das áreas, como malation, iprodiona, flumioxazin e cis-permetrina. O mevinfós e o acefato, que co-eluem, também têm a análise dificultada. Os LOD determinados estão em uma faixa que varia de 2,3 x 10-5 para o oxadiazon a 0,261 µg mL-¹ para a simazina, no GC-ECD e de 0,839 para o forato a 15,2 µg mL-¹ para a Iprodiona, no GC-MSD. Os LOQ variam de 7,8 x 10-5 para o oxadiazon a 0,868 para a simazina, no GC-ECD e de 2,8 para o forato a 50,6 µg mL-¹ para a iprodiona, no GC-MSD. As faixas de linearidade variaram de 5 a 25 ng mL-¹ para o oxadiazon até 297 a 990 ng mL-¹ para o mevinfós, no GC-ECD. Enquanto no GC-MSD as faixas encontradas foram de 593 a 5600 ng mL-¹ para o forato até a de 3370 a 6720 ng mL-¹ para a deltametrina. O método estudado e otimizado foi aplicado a uma amostra coletada no Rio Caí, em novembro de 2003. Embora esta amostra não tenha apresentado contaminação por resíduo dos pesticidas, nos níveis estudados, com a amostra real fortificada, analisada pela mesma metodologia, foram obtidas recuperações dentro dos níveis aceitáveis (entre 84,4 e 116,2%), na maioria dos pesticidas, para uma metodologia multiclasse-multirresíduo. As exceções foram metamidofós, mevinfós, acefato, captan, folpet e vamidotion (baixas recuperações) e ainda metalaxil e iprodiona (altas recuperações).

ASSUNTO(S)

pesticidas : determinacao amostras biológicas e ambientais

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