Estudo de populações de Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake (Leguminosae: Caesalpinoidae) para avaliação do seu potencial invasor

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O guapuruvu, Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake e uma especie heliofila, pioneira, com dispersao irregular e descontinua. E caracteristica e exclusiva da Floresta Ombrofila Densa Atlantica, contudo, devido a sua alta taxa de crescimento em altura e ao formato de sua copa, S. parahyba passou a ser recomendado em plantios de restauracao florestal em areas sob o dominio da Floresta Estacional Semidecidua. Atualmente, tem sido questionado o uso desta especie em plantios de restauracao e recomposicao de sistemas florestais. Considerando que especies arboreas que apresentem 1) plasticidade fenotipica e/ou tolerancia e 2) formacao de banco de sementes persistente, sejam capazes de formar populacoes estaveis em ambientes distintos, a hipotese do presente trabalho e a de que S. parahyba pode se tornar invasora em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidua. Para testar esta hipotese, analisamos a morfologia e a forma de crescimento da especie na Floresta Ombrofila Densa e na Floresta Estacional, bem como as estruturas ontogeneticas e espaciais presentes em ambos os dominios fitogeograficos. Esta dissertacao esta dividida em 4 capitulos. Na Contextualizacao, e feita uma breve justificativa desta pesquisa. Na Caracterizacao das areas, e feita uma descricao sucinta dos dominios fitogeograficos estudados, bem como uma caracterizacao dos sitios de amostragem. No Capitulo 1, sao comparadas as relacoes alometricas e os modelos arquiteturais observados para as diferentes populacoes, com vistas a sua plasticidade e tolerancia. Finalmente, no Capitulo 2, sao comparadas as estruturas ontogeneticas e espaciais para a especie entre os diferentes sitios de amostragem, visando detectar se a especie e capaz de estabelecer populacoes estaveis na Floresta Estacional Semidecidua. Apos avaliacao de caracteres morfologicos, as populacoes foram divididas em quatro estadios ontogeneticos: a) plantula; b) juvenil; c) subadulto; e d) adulto. A avaliacao do modelo arquitetural de S. parahyba mostrou nao haver diferenca na morfologia da copa dos individuos entre os dominios fitogeograficos. As analises de alometria mostraram que houve diferenca entre os padroes de crescimento de S. parahyba entre os dominios fitogeograficos para plantulas e para os dados totais; entretanto, as relacoes alometricas nao foram diferentes para os adultos. A abundancia total de individuos na Floresta Estacional foi menor que na Floresta Ombrofila. Nao foi encontrado um padrao unico de estrutura ontogenetica para as populacoes estudadas. Foram encontrados individuos de estadios ontogeneticos intermediarios nos fragmentos de Floresta Estacional Semidecidua. Em todas as populacoes, S. parahyba distribuiu-se de forma agregada nos sitios de amostragem, havendo, entretanto, individuos dispersos no interior do fragmento, nao contidos nos adensamentos. Os resultados indicam que S. parahyba apresenta tanto plasticidade como de tolerancia como resposta as diferencas ambientais, sendo estas caracteristicas importantes quando se avalia o status de uma especie exotica. Finalmente, a partir dos resultados obtidos, pode-se considerar que S. parahyba e uma especie que tem risco de se tornar invasora em fragmentos de Floresta Estacional.

ASSUNTO(S)

ecologia vegetal ecologia da população invasão biológica ecologia

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