Estudo de mutações no gene SEPN1 em pacientes brasileiros portadores de miopatias e distrofias musculares congênitas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/06/2011

RESUMO

Introdução: diferentes formas de miopatias estão relacionadas ao gene da selenoproteína N, entre as quais a distrofia muscular congênita tipo espinha rígida (DMER), miopatia multiminicore (DMm), desmiopatia com mallory body e miopatia com desproporção congênita de fibras (MDCF). Até o momento, não há estudos nacionais sobre mutações no gene SEPN1 em pacientes brasileiros com miopatias relacionadas à selenoproteína N. O presente estudo é uma dissertação de mestrado apresentada na forma de dois artigos científicos: o primeiro, uma revisão da literatura sobre miopatias relacionadas à selenoproteína N; e o segundo mostra os resultados do estudo do gene SEPN1 em pacientes brasileiros com tais afecções. Objetivo: avaliar a presença de mutações no gene SEPN1 em paciente brasileiros com miopatias relacionadas à selenoproteína N e correlacionar os achados clínicos, histopatológicos e genéticos. Metodologia: pacientes portadores de miopatias relacionadas ao gene SEPN1 foram submetidos a: avaliação clínica, dosagem de creatinofosfoquinase (CPK), eletroneuromiografia (ENMG) e biópsia muscular com estudo histoquímico por ocasião do diagnóstico. Realizou-se protocolo de pesquisa, no prontuário, dos dados clínicos dos pacientes. Fez-se revisão da histopatologia muscular dos pacientes incluídos na pesquisa bem como estudo molecular dos pacientes, de alguns familiares e de controles normais, pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) e sequenciamento do gene SEPN1. Resultados: incluíram-se 18 pacientes de 16 famílias diferentes. Desses, 10 foram classificados como portadores de DMER, sete com DMm e um com MDCF. O estudo molecular revelou mutações em seis famílias. Família 1: um paciente com fenótipo clássico de DMm, com mutação em heterozigose composta (cG1010T/cT1384G). Famílias 2 e 3: dois pacientes não aparentados, com fenótipo de DMER, com inserção de uma base fora de fase em heterozigose (c713- 714insA). Família 4: um paciente com MDCF com inserção de 12 bases em fase (c316-317Ins12bp). Família 5: um paciente com DMm forma pré-natal com artrogripose e mutação com sentido trocado em heterozigose (cG583A), cuja alteração complementar não foi identificada. Família 6: três irmãos afetados com quadro de miopatia e rigidez cervical, nos quais foi identificada uma inserção em fase, de três pares de base, em heterozigose (c438-439ins3bp). Conclusão: as miopatias relacionadas à selenoproteína N apresentaram amplo fenótipo clínico e histopatológico. Das seis mutações encontradas, duas (c713-714insA e cT1384G) estavam descritas na literatura como patogênicas, em pacientes com DMER e DMm. Das outras quatro não houve registros. A mutação cG1010T foi detectada em heterozigose composta com a mutação patogênica cT1384G em um paciente com DMm, sendo considerada, devido às suas características e ausência em controles normais, mutação nova patogênica. A mutação c438-439ins3bp é um polimorfismo, pois foi encontrada em homozigose em um dos pais assintomáticos e em 2% dos controles normais. As outras duas mutações cG583A e c316- 317Ins12bp requerem mais estudos para melhor esclarecimento de sua patogenicidade. O estudo molecular pode auxiliar na confirmação do diagnóstico, bem como no aconselhamento genético familiar

ASSUNTO(S)

doenças musculares decs selenoproteínas decs distrofias musculares/congênito decs anormalidades congênitas decs genes decs revisão decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

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