Estudo de aspectos moleculares podocitários nas variantes histológicas da glomerulosclerose segmentar e focal / Podocytes molecular expression in the variants of focal segmental glomerulosclerosis

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/08/2011

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Glomerulosclerose Segmentar e Focal (GESF) é a glomerulopatia primária mais prevalente no Brasil e sua incidência vem aumentando no mundo inteiro. Na sua forma primária, caracteriza-se clinicamente por acometer pessoas jovens e causar proteinúria acentuada, geralmente acompanhada de síndrome nefrótica. O mecanismo patogênico tem como evento principal a lesão ao podócito, desencadeado por fatores de natureza variada: vírus, drogas/medicamentos, imunológicos, etc. Em 2004, foi publicada a classificação de Columbia, propondo 5 variantes morfológicas distintas na GESF: colapsante (COL), usual (NOS), apical ou tip lesion (TIP), perihilar (PHI) e variante celular (CEL). Diversos estudos comprovam alterações moleculares em podócitos na GESF. Essas alterações são observadas em diversos sítios podocitários: em moléculas envolvidas na fenda de filtração (slit diaphragm), por exemplo, nefrina, podocina e CD2AP; em moléculas do citoesqueleto podocitário, como a -actinina-4 e sinaptopodina; em moléculas marcadoras de diferenciação dos podócitos, como CD10 e WT-1; e ainda em marcadores de divisão celular como Ki-67 e PCNA. Os objetivos desse estudo foram: 1-) classificar as lesões morfológicas de GESF em biópsia renais nas 5 variantes da GESF propostas na Classificação de Columbia; e 2-) analisar a ocorrência de alterações moleculares podocitárias nestes casos. MÉTODOS: Foram selecionados 131 casos de biópsias renais com diagnóstico de GESF primária no período de 1996 a 2006. Os casos foram classificados de acordo com os critérios de Columbia e posteriormente submetidos a reações imuno-histoquímicas para os marcadores CD10, WT-1, vimentina, sinaptopodina, -actinina-4, GLEPP-1, citoqueratina 8/18, citoqueratina 19 e Ki-67. Os resultados foram submetidos à análise estatística através do teste qui-quadrado. RESULTADOS: A classificação das variantes da GESF se distribuiu da seguinte forma: 38,2% de variante NOS, 36,6% de variante COL, 14,5% de variante TIP, 6,9% de variante PHI e 3,8% de variante CEL. Os casos da variante COL se destacaram das demais variantes pela perda de expressão de marcadores de diferenciação celular, como o CD10 e o WT-1 (p<0,01), perda da molécula do citoesqueleto -actinina-4 (p<0,01) e neo-expressão de citoqueratinas 8-18 (p<0,05) e 19 (p<0,01). Adicionalmente, os casos das variantes COL e CEL se destacam das outras variantes pela expressão do marcador de divisão celular Ki-67 (p<0,05). CONCLUSÃO: a variante COL destacou-se das demais em relação às alterações moleculares observadas na análise imuno-histoquímica. O diagnóstico diferencial desta forma de GESF tem importância clínica por ela estar associada a pior evolução e prognóstico em relação às demais variantes. A integração destes marcadores na rotina diagnóstica pode auxiliar no diagnóstico diferencial da GESF COL

ASSUNTO(S)

focal segmental glomerulosclerosis glomerulosclerose segmentar e focal glomerulosclerose/classificação glomerulosclerosis/classification immunohistochemistry imunoistoquímica podócitos podocytes

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