ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE IMUNIDADE HUMORAL E CARGA PARASITÁRIA EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania (Leishmania) infantum chagasi

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

No presente estudo foi avaliado um grupo de 45 cães composto de animais não infectados e naturalmente infectados por L. infantum chagasi (identificação através da PCR-RFLP). Após avaliação clínica os animais foram divididos em três grupos: Cães controle (CC), cães assintomáticos (CA) e cães sintomáticos (CS). Foi avaliada a carga parasitária nas amostras de pele e baço destes animais através da técnica de quantificação Leishman Donovan Units (LDU). De acordo com densidade parasitária separamos os animais nos seguintes grupos: baixo parasitismo (BP), médio parasitismo (MP) e alto parasitismo (AP). Neste contexto estudamos o índice de positividade da PCR em diferentes amostras clínicas, o perfil da resposta humoral (IgG e suas subclasses IgG1 e IgG2) e a avidez de IgGtotal com relação à forma clínica e ao parasitismo apresentado pelo cão. A análise dos resultados da PCR mostrou que não houve diferença estatística na positividade da reação entre os grupos com diferentes formas clínicas. Os animais foram positivos em pelo menos dois tecidos avaliados e as amostras clínicas com melhor desempenho seguiram a seguinte ordem: baço, linfonodo, pele, medula óssea, fígado e sangue. Com relação ao parasitismo tecidual foi observada diferença estatística significante na carga parasitária das amostras de pele ao compararmos os grupos CA e CS (p=0,0011). Em ambos tecidos onde foi avaliada a carga parasitária observou-se que no grupo CA houve um maior número de animais com baixo parasitismo, já no grupo CS a maioria dos animais apresentava alto parasitismo. A avaliação do perfil de Ig mostrou que os níveis séricos de IgG1 apresentavam-se mais elevados nos animais assintomáticos, sugerindo uma possível associação com mecanismos imunoprotetores da infecção, por outro lado os níveis séricos de IgG2 parecem estar associados com a presença de sintomas na LVC. Correlacionando o perfil de Ig com a carga parasitária, foi constatado que à medida que aumentava a intensidade parasitária (baço e pele) os valores de IgG e IgG2 também subiam. Observamos também uma correlação negativa entre os valores de IgG1 e a densidade parasitária no baço. O índice de avidez (IA) de IgGtotal nos animais sintomáticos foi mais alto quando comparado ao IA dos animais assintomáticos. Além disso, animais mais parasitados tanto no baço quanto na pele possuem maior IA que os animais com baixo parasitismo. Com base nestes achados sugerimos que a LVC se inicia a partir de uma forma clínica assintomática, com baixo parasitismo, alta produção de IgG1 e baixa afinidade das moléculas de IgGtotal evoluindo para uma forma clínica sintomática, com maior densidade parasitária, níveis de IgG2 mais elevados e alta afinidade de IgGtotal. Além disso, confirmamos a eficácia da PCR como ferramenta no diagnóstico da LVC ressaltando sua importância do ponto de vista epidemiológico devido à sua capacidade na detecção de animais assintomáticos.

ASSUNTO(S)

1. leishmaniose - teses. 2. imunoglobinas - teses. 3. carga parasitária - teses. i. universidade federal de ouro preto. ii. título. imunologia

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