Estudo da variabilidade da frequencia cardiaca nos dominios do tempo e da frequencia antes e apos o treinamento fisico aerobio em homens de meia-idade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

O presente estudo objetivou avaliar, em homens de meia-idade, o efeito do treinamento físico aeróbio (TFA) sobre o controle da função autonômica cardíaca, através do estudo da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) nos domínios do tempo (DT) e da freqüência (DF) na vigília e no sono. Também, avaliamos as respostas cardiorrespiratórias durante o exercício físico dinâmico (EFD) antes, e após o 3° e 6° mês de TFA. Estudamos 7 voluntários de meia-idade (média = 44 ± 2,3 anos), que foram submetidos ao TFA (caminhadas e trotes em pista, com intensidade entre 70-85% da FCmax, duração entre 40-60min e freqüência de 3 sessões semanais) por um período de 6 meses. Foram aplicados dois protocolos de avaliação funcional: (1) a eletrocardiografia dinâmica de 24 horas - Holter, e (2) o teste em EFD em cicloergômetro (protocolo de esforço contínuo com incrementos crescentes de potência até a exaustão física) com registro contínuo da freqüência cardíaca (FC) e quantificação das variáveis ventilatórias, como a ventilação pulmonar (v), o consumo de oxigênio (v O2) e a produção de dióxido de carbono (v CO2). Para a análise dados obtidos na eletrocardiografia dinâmica, selecionamos um intervalo durante a vigília (posição SUPINA) e dois durante o sono (SONO 1, correspondente ao período inicial do sono, e SONO 2). Utilizamos para análise no DT, a média dos intervalos RR e seu desvio padrão, e no DF, os componentes espectrais de baixa (BF) e alta freqüência (AF), obtidos através da Transformada Rápida de Fourier - FFT, e a razão BF/AF. O grupo estudado apresentou importantes alterações fisiológicas ao longo do TFA. Ocorreu bradicardia de repouso em alguns casos, contudo esta diferença não foi estatisticamente significante para todo o grupo (NS). Na análise da VFC, tanto para o DT, como para o DF, as variáveis mostraram pequenas modificações ao longo do TFA. Contudo, nos intervalos de sono, observamos uma redução no componente de AF e aumento no de BF (principalmente para o SONO 1, p<0,05). Adicionalmente, observamos crescentes coeficientes de correlação entre as variáveis no DT e no DF ao longo do treinamento (NS). Dentro do protocolo de avaliação em EFD, observou-se que, na análise isolada das variáveis, a maioria apresentou aumentos ao longo do TFA, embora não estatisticamente significativos (com exceção do v CO2 ,Ia e POTla, p<0,05). A análise conjunta das variáveis observadas nos momentos do LA e do PICO do esforço, realizada através de correlações parciais e dos modelos de regressão linear, além de mostrar crescente dependência entre as variáveis ao longo do TFA, foi o melhor indicador do aumento da capacidade aeróbia. Podemos concluir que o TFA em homens de meia-idade provocou alterações fisiológicas importantes nas respostas cardiorrespiratórios durante o exercício dinâmico, principalmente, quando procedemos à análise integrada das variáveis obtidas no LA e no PICO do esforço, que indicaram uma melhora na capacidade aeróbia. Na análise da VFC, com exceção de uma condição fisiológica particular (SONO 1), não apresentou alterações significativas das variáveis obtidas através das análises no DT e no DF, durante os períodos de vigília (SUPINA) e de sono após o TFA

ASSUNTO(S)

sistema nervoso autonomo adaptação (fisiologia) educação fisica e treinamento

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