Estudo da variabilidade da frequencia cardiaca e da capacidade aerobia em homens jovens e de meia idade submetidos a treinamento fisico aerobio

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

O presente estudo objetivou avaliar, em homens jovens e de meia idade, os efeitos do treinamento físico aeróbio (TF A) de 3 meses de duração, sobre o controle autonômico da freqüência cardíaca (FC) durante exercício dinâmico e da variabilidade de freqüência cardíaca (VFC) nos domínios do tempo (DT) e da freqüência (DF), durante o sono, bem como sobre as respostas do consumo de oxigênio no limiar de anaerobiose (v 02 LA) e no pico de esforço (v 02 pico). Foram estudados 17 voluntários saudáveis, com padrão sedentário de vida, sendo 10 jovens e 7 meia idade, com idades medianas de 22 e 53 anos, respectivamente. Estes foram submetidos a três protocolos realizados em dias não consecutivos: dois testes de exercício físico dinâmico (EFD) com medida direta do v 02, em cicloergômetro na posição sentada, sendo a) um com protocolo contínuo, com incrementos de potência entre 12 a 20 Watts/min até a exaustão física; b) um com protocolo descontínuo com incrementos de potência de 25 em 25 Watts até atingirem FC até 150 bpm. Interpunha-se períodos variáveis de repouso entre os níveis de esforço, para que a FC e variáveis cardiorrespiratórias retomassem aos valores controle; c) para o estudo da VFC realizou-se eletrocardiografia dinâmica de 24 horas (Holter), onde foram selecionados dois trechos de maior estabilidade, referentes a seis horas centrais do sono, denominados Sono 1 e Sono 2. Os resultados, foram apresentados no DT como média dos intervalos RR e seu desvio padrão, e no DF em bandas de baixa (BF) e alta freqüências (AF) obtidas através da Transformada Rápida de Fourier - "FFT", expressas em unidades absolutas e em unidades normalizadas (un), bem como a razão BF/AF, as quais refletem a modulação vago-simpática sobre o nódulo sinusal. O TF A foi composto de alongamentos de 10 minutos e caminhadas e/ou trotes de 40 minutos, 3X1semana, numa intensidade de 70-85% da FC pico obtida a partir de teste de laboratório, por um período de 3 meses. Os grupos estudados apresentaram significativa bradicardia em repouso e melhora no desempenho aeróbio, expresso pelo aumento dos valores da potência e do consumo de oxigênio no LA e no pico do esforço. Ressalte-se, entretanto, que as respostas adaptativas ao treinamento foram melhor evidenciadas em relação ao V 02 LA e à potência no esforço pico, pois ambos os grupos apresentaram valores significativamente maiores destes parâmetros após o treinamento. Na análise do controle da função autonômica durante exercício foram evidenciados um aumento da contribuição vagal pelo aumento da resposta rápida da FC nos 30 s iniciais do EFD e uma diminuição da estimulação simpática pela redução do incremento lento da FC do f ao 4° min do EFD, embora as respostas intragrupos tenham sido de pequena magnitude. Na análise da VFC no DT, durante o sono, as variáveis mostraram respostas adaptativas intragrupos de pequena magnitude, ao longo do TFA, No entanto, na análise dos valores absolutos entre os grupos, observa-se que a magnitude das respostas dos jovens foi maior que a do grupo meia idade. Na análise no DF, o treinamento físico praticamente não alterou os valores absolutos dos componentes espectrais avaliados no período de sono. No entanto, ao analisarmos os dados em unidades normalizadas e a razão BF/AF, observamos que, após o treinamento, os jovens apresentaram aumento da razão BF/AF bem como aumento da participação do componente BFun e redução da AFun; já, no grupo meia idade, ocorreu o oposto ou seja, o treinamento reduziu a razão BF/AF e a BFun e aumentou a AFun. Entretanto, as diferenças não atingiram significância estatística para ambos os grupos estudados. Estes dados sugerem que o TFA induziu maiores alterações na capacidade aeróbia do que na VFC, para ambos os grupos, podendo estas respostas estarem relacionadas a duração do período de TFA utilizada no presente estudo

ASSUNTO(S)

sistema nervoso autonomo adaptação (fisiologia) envelhecimento educação fisica

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