Estudo da perda auditiva em crianÃas de zero a 14 anos atendidas em um serviÃo de referÃncia / Study of hearing loss in children from birth to 14 years seen at a referral service

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/07/2001

RESUMO

IntroduÃÃo: A deficiÃncia auditiva, durante a infÃncia, resulta em dÃficit na recepÃÃo e expressÃo da linguagem comprometendo o desenvolvimento social, emocional, cognitivo e comunicativo do indivÃduo. A surdez, na infÃncia, à tÃo devastadora, que muitas vezes impede que a crianÃa desenvolva-se plenamente, obrigando-a à exclusÃo de seu meio social. Objetivo Geral: Estudar a perda auditiva em crianÃas atendidas em serviÃo de referÃncia. Objetivos especÃficos: Determinar a proporÃÃo dos principais fatores de risco para a perda auditiva; determinar os principais tipos e graus de perda auditiva; estabelecer o tempo mÃdio decorrido entre a suspeita da perda auditiva pela famÃlia e o primeiro diagnÃstico audiolÃgico; estimar a proporÃÃo de perda auditiva evitÃvel. Delimeamento do Estudo: estudo transversal. Local de estudo: ServiÃo de Audiologia do NÃcleo de AtenÃÃo MÃdica Integrada (NAMI) da Universidade de Fortaleza. Participantes: crianÃas da faixa etÃria de zero a 14 anos. VariÃveis estudadas: sexo, procedÃncia, profissional que encaminhou ao serviÃo, faixa etÃria, tempo mÃdio decorrido entre a suspeita da perda auditiva pela famÃlia e o primeiro diagnÃstico audiolÃgico, tipo de perda auditiva pela famÃlia e o primeiro diagnÃstico audiolÃgico, tipo de perda auditiva, grau da perda auditiva, fatores de risco para a deficiÃncia auditiva, surdez evitÃvel. Resultados: Foram avaliadas 488 crianÃas; a perda auditiva de qualquer tipo ou grau foi encontrada em 280 crianÃas (62,5%), destas, 165 (58%) eram do sexo masculino. Os pediatras responderam por apenas 1,8% dos encaminhamentos ao serviÃo, sendo a grande maioria encaminhada por otorrinolaringologista (42,9%). CrianÃas na faixa etÃria de 2 a 7 anos representaram a maio proporÃÃo de crianÃas avaliadas (49,3%), somente 1,3% das crianÃas tinham idade inferior a 1 ano. O tempo mÃdio, decorrido entre a suspeita de perda auditiva pela famÃlia e o primeiro diagnÃstico de surdez, foi de 3 anos e 2 meses. Dentre as crianÃas que apresentaram perda auditiva, verificou-se 66,4% de perdas sensorioneurais, 18,9% de perdas condutivas, 0,7% de perdas mistas e 13,9% de exames inconclusivos. Para as perdas auditivas sensorioneurais bilaterais, o grau profundo foi de maior ocorrÃncia (35,4%). Surdez potencialmente evitÃvel foi estimada em 57,4%. Para os provÃveis fatores etiolÃgicos, a hereditariedade foi predominante (22,0%), seguida pela rubÃola congÃnita, (13,9%). Os problemas condutivos representaram o total de 18,9% da amostra, seguidos pela caxumba com 9,6% a meningite, com 7,5% e o sarampo com 7,5%. ConclusÃes: Foi extremamente baixa a proporÃÃo de crianÃas avaliadas no primeiro ano de vida (1,3%), bem como o tempo mÃdio transcorrido entre a suspeita da perda auditiva pela famÃlia e o diagnÃstico de surdez (3 anos e 2 meses). As perdas de origem ambiental (rubÃola na gravidez, meningite, sarampo, problemas condutivas e caxumba) sobrepujaram as causas de origem hereditÃria e genÃtica, sendo responsÃveis por mais de 50% das perdas auditivas; consideradas casos de surdez evitÃvel. As perdas auditivas do tipo sensorioneural bilateral de grau severo e profundo foram as de maior ocorrÃncia (42,2%); sendo consideradas as de maior gravidade para o desenvolvimento da fala e linguagem da crianÃa. A divulgaÃÃo de mensagens para a comunidade enfatizando a importÃncia da saÃde auditiva para o desenvolvimento da crianÃa aliada a implantaÃÃo de medidas de prevenÃÃo contra a perda da audiÃÃo, estratÃgia de identificaÃÃo e encaminhamento das crianÃas de risco e, de serviÃos e profissionais de saÃde atentos ao problema podem consistir em soluÃÃes eficazes para reduzir o elevado nÃmero de casos de deficiÃncia, principalmente os relacionamentos à surdez evitÃvel, impedindo, dessa forma, que crianÃas possam ser acometidas por doenÃa tÃo devastadora e estigmatizante como a surdez.

ASSUNTO(S)

saude coletiva audiologia crianÃa surdez audiology child deafness

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