Estudo da orelha contralateral na otite média crônica: "Efeito Orloff ®"

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Otorrinolaringologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-03

RESUMO

Introdução: A otite média crônica (OMC) representa entidade de alta prevalência e distribuição mundial. Apesar da grande quantidade de estudos publicados a respeito, ainda não há, na literatura pertinente, consenso sobre a patogênese da OMC. Uma das hipóteses é a do continuum, que apresenta a otite média crônica como uma série de eventos contínuos, onde insultos iniciais desencadeiam uma cascata de alterações. Partindo então da idéia de continuum, pesquisamos a orelha contralateral (OCL) de indivíduos com diagnóstico de OMC, descrevendo as alterações encontradas. Forma de estudo: Clínico prospectivo randomizado. Material e Métodos: Foram selecionados 108 pacientes com diagnóstico de OMC não-colesteatomatosa (OMC NC) ou colesteatomatosa (OMC C) acompanhados no ambulatório do Grupo de Pesquisa em Patologia da Orelha Média do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Nestes, foi realizada otoendoscopia com fibra óptica bilateral. A orelha mais estável foi considerada contralateral (OCL), sendo classificada como normal ou alterada (e as alterações descritas). Resultados: Dentre os pacientes avaliados, 59,2% portavam OMC NC e 40,8% OMC C. 46,3% de todos os pacientes apresentaram alterações significativas na OCL. Dos pacientes com OMC C, 57% apresentavam alteração na OCL, sendo que 39% dos pacientes com OMC NC tinham OCL alterada. A alteração mais freqüentemente encontrada foi retração de MT, em ambos os grupos. Conclusões: Os dados encontrados sugerem que pacientes que apresentam OMC tem maior probabilidade de apresentarem patologia na OCL, o que corrobora a idéia que a OMC se trata de um evento constitucional e não isolado da orelha média.

ASSUNTO(S)

otite média crônica colesteatoma orelha contralateral

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