Estudo da morbimortalidade em pacientes com trauma pancreático
AUTOR(ES)
Fonseca Neto, Olival Cirilo Lucena da, Anunciação, Carlos Eduardo Caiado, Miranda, Antônio Lopes de
FONTE
ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-03
RESUMO
RACIONAL: A lesão pancreática é pouco freqüente após traumas abdominais fechados ou penetrantes, e tem sido relatada entre 0,2 a 12% dos traumas abdominais fechados graves e em cinco a 7% dos traumas penetrantes. A maioria das lesões pancreáticas ocorre em homens jovens e está associada a alta incidência de lesões a órgãos adjacentes e estruturas vasculares importantes. OBJETIVO: Avaliar a morbimortalidade dos pacientes com trauma pancreático, o manuseio aplicado a esses pacientes e sua evolução. MÉTODOS: Estudo prospectivo realizado em pacientes admitidos em unidade de trauma. Treze adultos (> 13 anos) foram estratificados em graves e não-graves de acordo com critérios clínicos no momento da identificação do início do quadro e de acordo com os critérios de Baltazar (A, B, C, D e E). O tipo de trauma externo (aberto ou fechado), a classificação do trauma pancreático, números de órgãos acometidos pelo trauma, número de reoperações, o tipo de suporte nutricional e o tempo de permanência hospitalar também foram analisados. A presença de síndrome compartimental abdominal e a necessidade de fechamento temporário foram estudados e comparados com a morbimortalidade nos pacientes. RESULTADOS: Todos os pacientes eram do sexo masculino com a idade média de 28,6 anos (13 a 60 anos) e apresentaram pancreatite traumática no pós-operatório. Em sete, o ferimento era penetrante por projétil de arma de fogo; em três, abdominal fechado; em dois, por arma branca; em um, grande queimado (> 50% da área corporal). Quanto à classificação do trauma, os graus I e II ocorreram em 38,46; o grau III,15,38 % e o grau IV, 7,7 % . Foram realizadas drenagens da loja pancreática, hemostasia da lesão e pancreatectomia distal com esplenectomia associado à drenagem cavitária Foram classificados como não-grave, oito pacientes. Dentro dos critérios de Baltazar a predominância foi o grau D e C (quatro pacientes, cada). Não houve grau A e apenas um foi E. Apenas três pacientes não foram reoperados (média de 1,7 cirurgias por paciente). Em 46,15%, ocorreu hipertensão intra-abdominal sendo necessário colocação de bolsa de Bogotá. O tempo de internamento variou de 30 à 365 dias (média = 53,4 dias). Ocorreu apenas um óbito. CONCLUSÃO: A pancreatite traumática é de elevada morbimortalidade, e uma das complicações mais importantes relacionada ao trauma pancreático, sendo o seu diagnóstico precoce junto com o acompanhamento multidisciplinar intensivo, o fator que poderá interferir favoravelmente na evolução desses pacientes.
ASSUNTO(S)
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