Estudo da função renal e de modificações da pressão arterial apos administração oral do extrato bruto de Vernonia polyanthes Less

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/02/2001

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo, analisar o efeito do extrato bruto hidroalcoólico da Vernonia polyanthes Less. (assa peixe) sobre a pressão arterial caudal e a função renal após duas semanas de tratamento. O pó obtido das folhas moídas da planta foi submetido ao refluxo com etanol 70% por 2 horas consecutivas. O material resultante foi filtrado e a solução restante foi reduzida à vácuo, resultando no extraio bruto, com rendimento de 35%. A pressão arterial e a função renal foram comparadas em dois grupos: após um período basal: controle (veículo) e experimental (extrato bruto). O extrato foi administrado por gavage a ratos Wistar-Hannover não anestesiados pesando entre 300 a 400 gr. A pressão arterial foi medida semanalmente em ratos acordados pelo método de pletismografia de cauda; a função renal foi estimada em gaiolas metabólicas individuais através dos métodos de clearance de creatinina e lítio. Os resultados foram analisados após a administração oral do extrato bruto nas doses de: 0,5; 1,0 e 1,5 g/kg/peso corporal. O extrato foi processado de maneiras diferentes: através da extração direta do material por refluxo, testado apenas na dose de 1,0 g/kg/peso corporal ou também com uma extração a frio e um posterior refluxo, o qual foi testado nas doses de: 0.5; 1,0 e 1,5 g/kg/peso corporal. Com o estudo dessas diferentes doses, podemos notar que na dose inicial (0,5 g/kg) houve um aumento significativo no clearance de lítio (CLi), com valor inicial de 56,72 ± 5,27 µl min-1 100g peso corporal-1 para 92,26 ± 18,26 µl min-1 100g peso corporal-1, nessa dose ainda ocorreu um aumento na fração de excreção de sódio (FENa), que partiu de 0,19 ± 0,03% para 0,35 ± 0,04%, ambos após duas semanas de tratamento. O clearance de sódio (CNa) também aumentou após 30 minutos de tratamento de 0,58 ± 0,08 para 1,40 ± 0.36 após a segunda semana, não promovendo modificações significativas sobre a pressão arterial. Já na dose de 1,0 g/kg/peso corporal, houve uma queda persistente e significativa da pressão arterial após 2 semanas de tratamento de 115 ± 2,19 mmHg (basal) e 115 ± 2,16 mmHg (controle) para 94 ± 4,29 mmHg. Em relação à administração de 1,5 g/kg/peso corporal, ela promoveu uma queda significativa no CNa após a primeira semana de tratamento, após os 90 minutos de experimento de 0,7 ± 0,09 para 0,27 ± 0,04 µl min-1 100g peso corporal-1 e aos 120 minutos a queda persistiu de 0,5 ± 0,08 para 0,22 ± 0,04 µl min-1 100g peso corporal-1, na pressão não ocorreu nenhuma mudança. Na dose de testada do extrato bruto total (EBAT), a dose de 1,0 g/kg/peso corporal promoveu uma queda significativa na pressão arterial caudal após primeira semana de tratamento de 134 ± 2,88 mmHg para 118 ± 3,85 mmHg e em relação à função renal houve um aumento significativo na filtração glomerular (CCr) acompanhada por uma queda na fração de excreção de sódio (FENa) e na fração de excreção pós-proximal de sódio (FEPPNa), associada também a um aumento na fração de excreção de potássio (FEK) após a primeira e segunda semanas. Como conclusão, podemos dizer que a dose de 1,0 g/kg (de ambos extratos) foram efetivas em promover uma significativa diminuição da pressão arterial, sugerindo que a planta estudada possa ter um efeito vascular miorelaxante sobre a musculatura lisa. Este efeito vasodilatador presumível também é sugerido pelo aumento da filtração glomerular estimado pelo CCr. A despeito deste aumento na filtração glomerular, ocorreu uma significativa diminuição na excreção urinária de sódio. Estes resultados sugerem que mecanismos de contra-regulação à queda pressórica podem promover uma forte retenção renal de sódio. Por outro lado, a dose de 0,5 g/kg teria uma influência direta sobre a função tubular, particularmente proximal, aumentando a rejeição de sódio neste segmento

ASSUNTO(S)

sodio litio plantas medicinais rato como animal de laboratorio

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