Estudo da eletrorretinografia do camundongo modelo de alzheimer (3xTg-AD) / Study of the electroretinogram of the Alzheimers disease model mouse (3xTg-AD)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Objetivo: Avaliar eletrofisiologicamente a função da retina do camundongo modelo de Alzheimer (3xTg-AD) comparando com seu controle (b6;129-PS1) em um estudo longitudinal com seis idades (2, 4, 6, 8, 10 e 12 meses). Métodos: Eletrorretinogramas (ERGs) foram registrados em 44 camundongos 3xTg-AD e em 23 controles, após administrada anestesia. Para o registro foi colocado um eletrodo de lente de contato sobre a córnea, um eletrodo de referência na cabeça e um terra na cauda. Em sessão de 30-40min de duração foram expostos ao seguinte protocolo de estimulação: 1) Adaptação ao escuro seguida de flashes nas intensidades: 0,003; 0,03; 0,3; 3 e 30 cd.s/m2; 2) Estimulação periódica (30 cd.s/m2) nas freqüências de 12, 18, e 30 Hz, sob luz de fundo (30 cd/m2). Resultados: Os ERGs mostraram dois tipos de respostas escotópicas tanto no grupo dos camundongos controles (b6;129- PS1) quanto nos modelos de Alzheimer. 13% dos camundongos controles e 72% dos modelos de AD apresentaram ERGs com potenciais oscilatórios presentes e tempo implícito da onda-b dentro da faixa esperada (45,31 ± 6,74 ms), enquanto no restante dos grupos, o ERG apresentou latência da onda-b muito aumentada (111,73 ± 22,56 ms) e potenciais oscilatórios ausentes. Devido a estes resultados, os grupos controle e experimental foram subdivididos em: b6;129 com OP, b6;129 sem OP; 3xTg-AD com OP e 3xTg-AD sem OP. Também foi incluído um grupo controle adicional constituído por 9 camundongos C57/B6. Comparando os cinco grupos, nenhuma diferença foi encontrada em relação à amplitude e à latência da onda-a. A amplitude da onda-b também foi semelhante para todos, ao contrário da latência para atingir o pico da onda-b dos grupos b6;129 sem OP e 3xTg-AD sem OP, que se apresentou duas vezes maior do que nos grupos com OP. As amplitudes dos cinco potenciais oscilatórios foram medidas individualmente e não mostraram diferenças entre os controles e os 3xTg-AD. Para o estímulo periódico, a amplitude do 1º harmônico dos grupos com OP mostrou clara diferença entre os grupos controle e o 3xTg-AD, tanto em 12 Hz como em 18 Hz. Os resultados dos dois grupos controle b6;129 e C57/B6 mantiveram-se muito próximos. Os grupos sem OP mantiveram-se sempre próximos a 10 V para as três freqüências de estimulação e mostraram atraso na diferença de fase média do 1º harmônico em 18 e 30 Hz, indicando maior lentidão de resposta, quando comparados aos primeiros. Conclusão: O camundongo 3xTg-AD e seu controle (b6;129) apresentam uma variante lenta e sem OPs do ERG escotópico em parte da população. Células bipolares, amácrinas e ganglionares podem estar alteradas nesses subgrupos (b6;129 sem OP e 3xTg-AD sem OP). Os grupos controle e 3xTg-AD com OPs diferiram quanto à amplitude de resposta à estimulação intermitente, diferença essa que implica em menor capacidade de processamento temporal para o modelo de AD. Sugerimos que as células bipolares de cones podem estar alteradas nos modelos de AD devido às amplitudes mais baixas dos 1os harmônicos desse grupo

ASSUNTO(S)

alzheimer disease animal models camundongos doença de alzheimer electroretinography eletrorretinografia mice modelos animais

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