Estudo da dor e ansiedade relacionadas ao tratamento odontológico em um grupo de crianças do distrito federal: utilização de escalas de faces

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta dissertação foi baseada em achados de 3 estudos, que foram conduzidos após uma análise do comportamento de crianças diante de uma consulta odontológica. Na introdução geral foram abordados alguns importantes aspectos desta análise: " Dor/desconforto estão frequentemente associados ao tratamento odontológico, principalmente na odontopediatria; " O grau de ansiedade do indivíduo pode interferir na sua percepção de dor durante uma consulta odontológica; " Para um bom manejo da criança e sucesso do tratamento odontológico, é necessário que o profissional conheça o perfil do seu paciente, e para isso ele precisa ter em mãos uma ferramenta adequada para avaliar o nível de ansiedade daquele indivíduo; " Experiências anteriores traumáticas ou negativas, bem como o grau de ansiedade dos pais podem interferir no nível de ansiedade das crianças diante do tratamento odontológico. Essas questões enfatizam a necessidade de pesquisas neste campo, portanto o estudo do Artigo 1 foi realizado com o objetivo de encontrar a melhor abordagem restauradora para ser empregada em crianças, causando o menor desconforto possível. Este foi um estudo piloto, que comparou o Tratamento Restaurador Atraumático (ART), realizado somente com instrumentos manuais, e o Tratamento Convencional (anestesia, isolamento absoluto e brocas) com relação à dor gerada pelos procedimentos. Foi utilizada uma escala de faces - Wong-Baker FACES Pain Rating Scale1, em que a criança aponta qual a face representa o que ela sentiu durante a sessão de atendimento do dentista. Os resultados mostraram uma diferença significante entre as duas abordagens restauradoras, com maior desconforto atribuído ao tratamento convencional (P<0.05). Neste estudo, pôde-se também concluir que o ART é mais rápido de ser executado (P<0.001), o que torna esta modalidade uma excelente indicação para tratamento de crianças. Sabe-se que uma importante variável que pode interferir nos relatos de dor, principalmente em crianças, é a ansiedade. Sendo assim, o Artigo 2 teve por objetivo testar, em crianças brasileiras, duas escalas - Venham Picture Test (VPT)2 e Facial Image Scale (FIS)3, que já são utilizadas em outros países, para avaliar o grau de ansiedade relacionado ao tratamento odontológico. Ao se tentar fazer uma correlação entre os resultados obtidos com cada uma das escalas, notou-se que não houve correspondência entre eles (r=0.06, P=0.53). Porém, isso não invalida nenhum dos instrumentos, apenas demonstra que podem não ser confiáveis se utilizados isoladamente para mensurar o grau de ansiedade, devendo ser associados a outras medidas, como por exemplo, a frequência cardíaca da criança durante o atendimento odontológico. Ambas as ferramentas apresentam vantagens e desvantagens, que foram discutidas no capítulo, contando em favor da FIS o fato de ser uma escala mais nova, apresentada ao mundo em 2002, e mais fácil e rápida de ser aplicada. O Artigo 3 desta dissertação discorreu sobre a influência da ansiedade dos pais sobre a ansiedade de seus filhos diante de uma consulta odontológica, com o intuito de determinar se este poderia ser um fator etiológico para tal comportamento. Ao contrário de estudos realizados em outros países4-6, não foi encontrada correlação entre as variáveis testadas (r=-0.07, P=0.46). Esta diferença pode ser explicada pelos contrastes culturais entre as populações do mundo. Portanto a conclusão deste estudo piloto com crianças brasileiras foi que a ansiedade dos pais não influenciou o grau de ansiedade de seus filhos com relação ao tratamento odontológico.

ASSUNTO(S)

desconforto ansiedade odontopediatria tratamento restaurador atraumático (art) dor escalas de faces

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