Estudo comparativo de dois métodos de avaliação da exposição potencial a agrotóxicos
AUTOR(ES)
Jose Lourenço do Egito
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
15/07/2011
RESUMO
A avaliação da exposição é uma etapa importante para a investigação do risco toxicológico e indispensável para o planejamento de ações de vigilância à saúde do trabalhador rural. O presente estudo tem por objetivo comparar os métodos amostral e censitário de atividade para avaliação da exposição a agrotóxicos. Os estudos foram realizados no município de Petrolina PE no Submédio do Vale do rio São Francisco, em três condições de trabalho: em plantas daninhas, cultura da uva e da acerola com uso do pulverizador costal manual, no período de agosto e novembro de 2010. Trata-se de uma pesquisa tipo exploratório e descritivo, de caráter experimental e de abordagem quali-quantitativa. Os instrumentos utilizados para mensurar a exposição dérmica foram: o método amostral, que consiste no uso de coletores absorventes fixados na vestimenta do trabalhador e o método censitário, onde o trabalhador utiliza uma vestimenta de corpo inteiro e fácil absorção. Aplicou-se o questionário para verificar o perfil dos aplicadores e sua situação funcional nas empresas estudadas. Para análise dos dados fez-se uso dos parâmetros estatísticos descritivos e do teste t - Student para comparar as médias das amostras emparelhadas. Os dois métodos avaliaram apenas uma operação na simulação da atividade: as atividades de aplicação manual. Os experimentos permitiram comparar os resultados entre operadores, áreas do corpo, tipos tratamentos e condições de segurança do trabalhador. Os principais resultados da simulação da atividade apontam que: entre os aplicadores ocorreram diferentes performances operacionais em todos os tratamentos. As áreas mais atingidas foram no tratamento de plantas daninhas: os membros inferiores com 225,4 mg/dia (amostral) e 134,1 mg/dia (censitário) e tórax com 137,2 mg/dia (amostral) e 13,5 mg/dia (censitário); uva com 271,7 mg/dia (amostral) e 136,5 mg/dia (censitário) e tórax com 400,3 mg/dia (amostral) e 34,2 mg/dia (censitário); acerola com 339,8 mg/dia (amostral) e 158,7 mg/dia (censitário) e tórax com 126,5 (amostral) e 13,32 mg/dia (censitário). As maiores exposições dérmicas ocorreram no tratamento da cultura da uva que em média foi de 1057 mg/dia (método amostral) e 307,7 mg/dia (método censitário) para uma jornada de trabalhos de 7 horas/dia. Para classificar a segurança das condições de trabalho foram calculados os riscos de intoxicações agudas pela exposição dérmica simulada (EDS) e intoxicação crônica pelo cálculo da margem de segurança (MS). Foram classificadas como seguros (MS >1) os tratamentos em plantas daninhas e cultura da uva em ambos os métodos. No tratamento da acerola as condições de trabalho foram classificadas como insegura (MS <1) para o inseticida Folisuper 600 BR com necessidade de controle de exposição de 51,7% com o método amostral e condições de trabalho segura (MS >1) com o método censitário. Diante dos resultados, concluiu-se que houve elevada discrepância entre as avaliações da exposição em todos os tratamentos, com o método amostral apresentando valores superestimados, com diferenças superiores a 200% e que o método censitário apresentou resultados mais confiáveis e precisos com maior eficiência.
ASSUNTO(S)
agrotóxicos método censitário método amostral simulação da atividade engenharia de producao activity simulation sampling method census method pesticides
ACESSO AO ARTIGO
http://bdtd.biblioteca.ufpb.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1768Documentos Relacionados
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