Estudo clínico-epidemiológico dos acidentes causados por aranhas do gênero Phoneutria
AUTOR(ES)
BUCARETCHI, Fábio, DEUS REINALDO, Cláudia Regina de, HYSLOP, Stephen, MADUREIRA, Paulo Roberto, DE CAPITANI, Eduardo Mello, VIEIRA, Ronan José
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2000-02
RESUMO
Foram estudados, de janeiro de 1984 a dezembro de 1996, 422 pacientes (9 meses-99 anos, mediana 29 anos), picados por aranhas capturadas e identificadas como Phoneutria spp. A maioria dos acidentes ocorreu nos meses de março e abril (29,2%), dentro das residências (54,5%), no período diurno (76,5%) e nos membros (pés, 40,9% e mãos, 34,3%). À admissão, a maioria dos pacientes apresentava somente queixas locais, principalmente dor (92,1%) e edema (33,1%), tendo sido classificados como acidentes leves (89,8%), moderados (8,5%), graves (0,5%) e assintomáticos (1,2%). Constatou-se que os acidentes classificados como moderados foram significativamente mais freqüentes nos pacientes com idade acima de 70 anos, quando comparados com o grupo etário de 10 a 70 anos (p<0,05) e que os 2 casos classificados como graves ocorreram em 2 crianças, respectivamente com 9 meses e 3 anos de idade, ambas desenvolvendo edema pulmonar agudo, evoluindo a segunda para o óbito, 9 horas após o acidente. Procedimentos para o alívio da dor foram amplamente utilizados (anestesia local - 32,0%, anestesia local e analgésicos - 20,1% e, analgesia via oral exclusiva - 25,6%). O antiveneno antiaracnídico foi empregado em 2,3% dos casos (2 graves e 8 moderados, 8 destes crianças), não sendo observada nenhuma reação precoce ao antiveneno. Pode se concluir que apesar de os acidentes com aranhas do gênero Phoneutria serem comuns na região de Campinas, os acidentes graves são raros, sendo observados em somente 0,5% desta casuística, constituindo grupos de risco crianças com menos de 10 anos de idade e pacientes idosos (> 70 anos).
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