Estudo clinico e terapeutico da esquistossomose mansonica em menores de 15 anos do Vale do Ribeira, S.P : comparação da oscamniquina,praziquantel e associação dessas drogas em baixas doses

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1991

RESUMO

O nosso trabaIho foi desenvoIvido em 1988 e 1989, nos municípios de Pedro de Toledo e Itariri (Vale do Ribeira - S.P), região de baixa endemicidade para esquistossome mansônica, onde o hospedeiro intermediário é a Biomphalaria tenagophila. A população estudada, constituída por 322 portadores de Schistosoma mansoni e menores de 15 anos inclusive, após avaliação clínica e epidemiológica foi dividida em 3 grupos: 114 receberam oxamniquina (20mg/kg/peso), 102 praziquantel (60mg/kg/peso) e 106 associação dessas drogas na metade da dose. O diagnóstico parasitológico pré-tratamento e o acompanhamento para controle de cura (exame de fezes mensal nos 6 meses subseqüentes ao tratamento) foi realizado pelo exame de fezes quantitativo (método KATOKATZ - 3 lâminas). Em nossa amostragem a média de idade foi de 10 anos (DP=±3), com predomínio do sexo masculino (65.8%) e da raça branca (67,5%), distribuídos proporcionalmente entre as zonas rural e urbana. Antecedentes de tratamentos anteriores para esquistossomose foi observado em 24,5% dos indivíduos. A classificação epidemiológica demonstrou que 95,3% eram autóctones do Estado de São Paulo e 87,8% dos municípios em estudo. A avaliação clínica identificou 69.2% dos indivíduos com pelo menos uma das 12 queixas indagadas, destacando-se dor abdominal, diarréia, e presença de sangue e muco nas fezes. Ao exame físico encontramos a forma intestinal em 69,6%, hepatointestinal em 24,2% e hepatosplênica em 6,2%. Essa última forma provavelmente esteve superestimada. Ao exame parasitológico pré-tratamento, realizado em 126 indivíduos, observamos média geométrica de 25,1 ovos/g.d.f. (I.C.=4--167). Os efeitos colaterais, analisados em 248 pacientes, demonstrou que sonolência e tonturas foram significativamente mais freqüentes entre os que receberam prazíquantel quando comparados apenas aos medicados com a associação de drogas. Náuseas e vômitos também foram mais freqüentes entre os que receberam praziquantel em relação apenas aos medicados com oxamniquina. De maneira geraI foi observado menor tolerância ao uso do praziquantel isolado. O controle de cura parasitológíca em 101 indivíduos demonstrou a mesma eficácia para os 3 esquemas terapêuticos, com índices de cura de 67,6% para oxamniquina, 59,4% para o praziquantel e 66,7% para a associação de drogas. Redução na ovoposição entre os não curados foi notada para o prazíquanteI (68,9%) e para a associação (53,4%). A reavaliação médica, 6 meses após o tratamento, observamos melhora em relação à sintomatologia inicial embora as formas clínicas tenham se mantido nas mesmas proporções. Concluímos que: a doença apresentou-se com formas clínicas leves; a tolerância aos esquemas terapêuticos utilizados foi boa, embora menor com uso do praziquantel isolado; a eficácia entre os três tratamentos foi a mesma

ASSUNTO(S)

doenças parasitarias - são paulo (estado) esquistossomose mansonica

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