Estudo caso-controle dos marcadores clínico-patológicos e imuno-histoquímicos no câncer de mama masculino em relação ao feminino e seu impacto com a sobrevida / Case-control study of the clinical-pathological and immunohistochemical markers in the male breast cancer in relation to the female and your impact with the survival

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

INTRODUÇÃO: O câncer de mama masculino é uma doença rara, apresentando uma baixa frequência, representando cerca de 0,2% de todos os cânceres, 1% dos cânceres de mama e 1,5% de todos os tumores malignos em homens. A etiologia e o prognóstico do câncer de mama masculino são pouco conhecidos. Estudos pareados de grupo controle foram realizados para melhor responder a estes questionamentos, porém o número limitado de casos de câncer de mama nos homens nos diversos serviços dificulta maiores estudos. O uso dos marcadores moleculares e técnicas imuno-histoquímicas têm sido muito úteis na compreensão do desenvolvimento e progressão desta patologia, e a relação destes marcadores moleculares com a sobrevida global e sobrevida livre de doença, bem como a sua relação entre o câncer de mama nos homens e nas mulheres não estão bem estabelecidos. O objetivo foi analisar as características clínicas, patológicas e imuno-histoquímicas do câncer de mama no sexo masculino observadas em uma coorte histórica, em comparação com aquelas observadas no sexo feminino, relacionando com a sobrevida global e sobrevida livre de doença destes grupos de pacientes. MÉTODOS: Estudo caso-controle retrospectivo de pacientes portadores de câncer de mama masculino, atendidos no período de 1983 a 2008, no Hospital de Câncer de Barretos e no Hospital A.C. Camargo. No grupo controle foram incluídas mulheres com câncer de mama, pareadas por década de diagnóstico, estádio clínico e faixa etária. Foram incluídos 44 pacientes do sexo masculino e 136 do sexo feminino e foram analisadas as variáveis clínicas (sexo, idade, história familiar de câncer, comorbidades associadas, tamanho do tumor, estado linfonodal da axila, estádio clínico/TNM e modalidades de tratamento realizado), patológicas (tipo e grau histológico, embolização linfática, embolização sanguínea, invasão perineural) e as expressas pela imuno-histoquímica (receptor de estrógeno, receptor de progesterona, receptor de andrógeno, bcl-2, Ki-67, ciclina D1, citoqueratinas 5, 6, 8, 14, 17,18 e HER2, confirmada por FISH). No presente estudo, a caracterização dos subtipos moleculares pelo método imuno-histoquímico foi baseada no modelo proposto por Carey et al. (2006), resultando nos grupos Luminal A, Luminal B, HER2 superexpresso, basal-like e não classificável. Avaliou-se a sobrevida global e livre de doença. RESULTADOS: O câncer de mama no homem apresentou-se mais frequentemente com histologia não lobular, receptores hormonais positivos e HER2 negativos, e maior expressão de bcl-2 e ciclina D1. O estádio clínico e o estado linfonodal tiveram influência na sobrevida, sendo de pior prognóstico os pacientes em estádios clínicos mais avançados e com linfonodos axilares positivos. O receptor de andrógeno positivo foi mais frequente nos homens, nos fenótipos luminais e não teve correlação com a sobrevida. Não houve diferença entre os fenótipos moleculares caracterizados pela imuno-histoquímica e o fenótipo basal-like teve pior prognóstico nos sexos masculino e feminino. Porém, o sexo não foi considerado fator prognóstico independente e não houve diferença na sobrevida entre os homens e mulheres. CONCLUSÕES: Apesar de apresentarem características clínicas, histológicas e expressão de marcadores pela imunohistoquímica diferentes, a sobrevida foi semelhante nos sexos masculino e feminino, não sendo o sexo um fator prognóstico independente no câncer de mama

ASSUNTO(S)

biologia molecular breast neoplasm male case-controls studies estudos de casos e controles immunohistochemistry imunoistoquímica molecular biology neoplasia da mama masculina prognostic prognóstico

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