Estudo biomecânico do processo de aquisição da marcha independente em bebês

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/07/2011

RESUMO

A aquisição da marcha independente é um importante marco desenvolvimental e considerada o maior desafio biomecânico a ser vencido pela criança. Nos primeiros 5-6 meses do andar independente, rápidas mudanças acontecem em todos os parâmetros da marcha. Um aspecto que se destaca é o grau de variabilidade apresentado pelo padrão de marcha nessa fase, característico do processo de aquisição. Baseado nessas características, o trabalho apresentado teve como objetivo principal compreender o processo de aquisição e desenvolvimento do andar independente através de variáveis biomecânicas. Foi realizado um estudo de caráter longitudinal e as variáveis analisadas foram agrupadas em cinéticas e cinemáticas. Foram realizadas três avaliações durante o período de três meses. Dez crianças sem nenhum comprometimento neuro-músculo-esquelético com idade cronológica de 13 meses na primeira avaliação participaram do estudo. O projeto foi aprovado e protocolado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Carlos (N013/2010). As crianças foram encorajadas a camin har uma distância de cinco metros em velocidade auto-selecionada. O Estudo I teve como objetivo verificar a variabilidade das forças de reação do solo (FRS) durante as avaliações. Não foram evidenciadas diferenças significativas nas variáveis discretas, porém, houve redução no coeficiente de variabilidade das componentes vertical e horizontal de reação do solo com o aumento da experiência do andar. O Estudo II verificou mudanças no comportamento de variáveis cinemáticas. Foram estudados parâmetros espaçotemporais e ângulos articulares do tornozelo, joelho e quadril. Novamente, não foram encontradas diferenças significativas entre as três avaliações feitas em intervalos de um mês, entretanto as crianças aumentaram qualitativamente a velocidade e a cadência com o aumento da experiência do andar e diminuíram o tempo de apoio duplo e a duração da passada. Além disso, houve aumento no primeiro pico de flexão do joelho na fase de apoio durante as avalições. A experiência adquirida ao longo de três meses na marcha pelas crianças deste trabalho não foi suficiente para provocar mudanças nas variáveis biomecânicas estudadas. Porém, a redução gradual dos coeficientes de variação entre as avaliações e as mudanças nos parâmetros espaço-temporais sugerem maturação progressiva da marcha.

ASSUNTO(S)

fisioterapia e terapia ocupacional fisioterapia marcha infantil biomecânica cinemática variabilidade forças de reação do solo variability ground reaction forces kinematics toddler gait

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