Estruturas de escape de fluidos como possíveis indicadoras de uma paleo-dissociação de hidratos de gás durante a deposição de sedimentos do Barremiano na Bacia do Recôncavo, NE, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Geol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-01

RESUMO

RESUMO: Vesículas elípticas ocas são observadas em afloramentos de arenitos argilosos muito finos e siltitos lacustrinos do Membro Pitanga da Formação Maracangalha, expostos na Ilha de Maré, sudeste da Bacia do Recôncavo, Estado da Bahia, Brasil. Essas rochas foram depositadas em condições subaquosas e são consideradas depósitos gravitacionais do tipo slurry. Essas feições têm sido tradicionalmente interpretadas como sendo estruturas de escape de água, resultado da ação do diapismo de folhelhos sotopostos da Formação Candeias. Este trabalho propõe que as vesículas foram geradas durante uma intensa dissociação de hidratos de gás em resposta à atividade tectônica existente naquele sistema lacustre. O soerguimento tectônico do fundo do lago teria propiciado a redução da pressão confinante nos poros sedimentares, bem como o aumento de temperatura nas águas de fundo, resultando na instabilidade dos hidratos de gás contidos nas porções rasas dos sedimentos e causando uma violenta liberação de metano - ou gás carbônico (CO2) - e água. Se correta, esta proposta tem um grande impacto na interpretação paleoambiental da Bacia do Recôncavo, uma vez que corroborará com a hipótese corrente de que as rochas do Membro Pitanga teriam sido depositadas em ambientes profundos, suficientes para a formação de hidratos de gás e a consequente dissociação em período de soerguimento. Por outro lado, permite uma interpretação adicional acerca da gênese de estruturas de escape de fluidos em rochas sedimentares, lacustres ou marinhas, servindo como um potencial indicador de paleobatimetria.

ASSUNTO(S)

bacia do recôncavo fluidização formação maracangalha hidratos de gás membro pitanga vesículas

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