Estrutura trófica da fauna de peixes ao longo do gradiente longitudinal de um riacho rural de primeira ordem
AUTOR(ES)
Nimet, Jardel, Delariva, Rosilene Luciana, Wolff, Luciano Lazzarini, Silva, Jislaine Cristina da
FONTE
Acta Limnol. Bras.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-12
RESUMO
Resumo Objetivo: Este estudo avaliou a estrutura trófica de uma assembleia de peixes ao longo do gradiente longitudinal de um riacho rural de primeira ordem. Métodos As amostragens foram realizadas em dezembro de 2007, setembro de 2008 e março de 2009, em três pontos do riacho Itiz (montante, meio e foz), através da técnica de pesca elétrica. Foram amostrados 1.255 indivíduos referentes a 18 espécies. A categorização das guildas tróficas foi baseada em dados de conteúdo estomacal de 1.096 indivíduos, analisados de acordo com o método volumétrico, exceto para quatro espécies, que foram classificadas de acordo com a literatura. Para testar a hipótese de que existem diferenças na riqueza, abundância e biomassa de guildas tróficas no sentido cabeceira-foz, foi realizada análise estatística não-paramétrica sobre os dados da dieta. Calculou-se também, a amplitude de nicho trófico (Levins's index) para cada guilda. Para sumarizar os dados de composição e abundância das guildas ao longo do gradiente longitudinal, foi aplicado uma análise de escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS). Resultados Foram registradas sete guildas: herbívora, detritívora, insetívora aquática, insetívora terrestre, invertívora, onívora e piscívora, esta última sendo exclusiva para os trechos da cabeceira e meio do riacho. A guilda onívora não foi registrada na cabeceira. Através da análise PERMANOVA verificou-se que a riqueza de espécies das guildas mais especializadas (detritívora e insetívora terrestre) e da generalista invertívora, aumentou, enquanto as guildas menos especializadas (insetívora aquática e herbívora), diminuiu significativamente em direção cabeceira-foz. Exceto pelo aumento não esperado de insetívora terrestre e diminuição de herbívora rio abaixo, o escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) identificou variações longitudinais na abundância e biomassa das guildas que corroboram os padrões gerais de distribuição das guildas tróficas dos peixes ao longo de gradientes ambientais. Conclusão Estes resultados sugerem que a influência das condições ambientais do entorno do riacho (particularidades locais) também contribui para a formação dos padrões de guildas tróficas observados ao longo do gradiente longitudinal.
ASSUNTO(S)
guildas tróficas riqueza substituição de recursos generalistas tróficos amplitude de nicho
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