Estrutura genética e ecologia de comunidades das abelhas Euglossini (Hymenoptera; Apidae) do Parque Estadual da Serra do Mar e Parque Estadual da Ilha Anchieta, Ubatuba, SP, Brasil / Genetic structure and community ecology of Euglossine bees (Hymenoptera, Apidae) of Parque Estadual da Serra do Mar and Parque Estadual da Ilha Anchieta in Ubatuba, São Paulo State, Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/03/2011

RESUMO

A Mata Atlântica é considerada uma das grandes prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o continente americano. Este bioma é um dos oito hotspots do planeta e caracteriza-se pelo alto grau de endemismo e pela alta diversidade de espécies que encerra. As abelhas Euglossini estão restritas à região Neotropical, com uma faixa de distribuição que se estende desde o Norte do México até a província de Córdoba, na Argentina. As espécies dessa tribo são abundantes em florestas tropicais úmidas/chuvosas e florestas subtropicais da América Central e América do Sul onde ocorrem em maior diversidade. Em virtude do alto impacto causado pelas ações humanas em áreas de Mata Atlântica e o pouco que se conhece sobre sua diversidade, este trabalho propõe um estudo geral sobre a estrutura das comunidades de espécies de Euglossini presentes em uma área de planície litorânea continental, Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Picinguaba (PESM), e uma área insular, Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA), no município de Ubatuba, norte de São Paulo, Brasil. O PESM abrange uma área de aproximadamente 47.500 hectares e quase todos os ecossitemas da Mata Atlântica são encontrados em seus domínios. O PEIA cobre toda a extensão da Ilha Anchieta (828 hectares), distante cerca de 600 m do continente. As coletas foram realizadas mensalmente, de Agosto/2007 a Julho/2009, com o uso de 14 compostos aromáticos utilizados como iscas artificiais para a atração de machos, além de indivíduos coletados em flores. Mil quinhentos e setenta e seis espécimes (73 fêmeas e 1503 machos), pertencentes a 24 espécies, foram registrados no presente trabalho. A espécie mais abundante foi Euglossa cordata (36,4%), seguida por Euglossa iopoecila (13,9%) e Euglossa sapphirina (13,3%). Dezoito espécies foram amostradas na Ilha Anchieta, sendo que quatro delas foram exclusivas desta área, ao passo que 20 espécies foram amostradas no PESM e seis delas foram registradas apenas neste local. Na Ilha Anchieta, Eg. cordata representou 63,2%, quase dois terços do total de espécies coletadas. Já em Picinguaba, Eg. iopoecila (23,0%) e Eg. sapphirina (21,0%) foram as duas espécies dominantes. A espécie Eg. iopoecila, a mais abundante na área continental, não foi registrada na llha e Eg. sapphirina, a segunda espécie mais frequente no PESM, foi representada apenas por nove indivíduos na Ilha Anchieta e por 200 em Picinguaba. Estes dados sugerem que essas duas espécies podem atuar como bioindicadores de ambientes preservados, como sugerido para outras espécies de Euglossini. Por outro lado, alguns autores evidenciaram que Eg. cordata é uma espécie favorecida por ambientes perturbados, o que pode estar associado à sua alta abundância na Ilha Anchieta. Dados de literatura mostram que há um sinal evidente de perturbação ambiental, além da perda de espécies, é a dominância de algumas espécies. A Ilha Anchieta apresenta um longo histórico de ocupação humana e diversas espécies de plantas e animais foram introduzidos em seus domínios.

ASSUNTO(S)

resina atlantic forest beta-ionona beta-ionone bioindicadores bioindicators cineol cineole dispersão dispersion euglossa truncata euglossa truncata euglossini euglossini fluxo gênico fragrance fragrância gene flow mata atlântica microsatellites microssatélites nectar néctar orchid bees pólen pollen resin

Documentos Relacionados