Estresse oxidativo sistêmico na doença pulmonar obstrutiva crônica experimental

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/01/2010

RESUMO

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição progressiva e lenta com efeitos pulmonares relacionados à ativação de células inflamatórias e estresse oxidativo. Porém, estudos recentes mostram que a DPOC não está associada somente as anormalidades do parênquima pulmonar, mas também ao estresse oxidativo sistêmico, que contribuiria para as alterações sistêmicas na função bioquímica e de órgãos. Este estudo tem como objetivo avaliar a correlação do estresse oxidativo sistêmico, com a perda de massa muscular, em ratos com enfisema pulmonar induzido experimentalmente, após 20 dias da instilação intratraqueal de papaína. Foram utilizados 19 ratos Wistar machos (240-300g) distribuídos em dois grupos: Grupo enfisema (GE) – 9 animais submetidos à instilação intratraqueal de papaína (100 µl, 20 mg/ml, em NaCl 0,9%); Grupo controle (GC) – 10 animais submetidos à instilação intratraqueal de NaCl 0,9%. Após 20 dias da indução, os animais experimentais e controle foram pesados, e, a coleta de sangue, por punção cardíaca, foi realizada para determinação da lipoperoxidação por quimiluminescência (QL), capacidade antioxidante total (TRAP), proteínas carboniladas, glutationa reduzida (GSH), superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e pressões parciais de oxigênio e gás carbônico. Após 20 dias da indução, os animais experimentais e controle foram sacrificados por decapitação. O lobo médio do pulmão direito foi retirado para análise histológica e quantificação do enfisema pulmonar. O gastrocnêmio foi retirado e pesado para a determinação da relação da massa muscular com a massa corporal total e análise histológica. Na quantificação do enfisema pulmonar observou-se um número de interceptos das estruturas alveolares com o sistema de retas significantemente menores (p<0,05) no GE (48,37±2,7) em relação ao GC (54,49±1,6). As análises histológicas do pulmão do GE mostraram aumento dos espaços alveolares, com paredes alveolares delgadas e destruição de septos alveolares e de capilares em relação ao GC. O GE mostrou índice de caquexia de 6,28±0,91% com diminuição significante (p<0,05) da relação da massa muscular com a massa corporal total, sendo a média do GC 0,0038  0,0002 e 0,0030  0,0002 do GE. A lipoperoxidação de hemácias do GE apresentou-se aumentada significantemente (p<0,001) em relação ao GC, com média de 14466±877 e 6885±1049, respectivamente. A carbonilação de proteínas no plasma apresentou-se aumentada significantemente (p<0,001) no GE em relação ao GC, com média de 0,034±0,0002 e 0,024±0,0001, respectivamente.. A capacidade antioxidante total e a quantificação de GSH não mostrou diferenças significantes. Observou-se aumento significante (p<0,05) da concentração da SOD no GE, com média de 11,26±2,23 e 4,72±0,68 e da atividade da CAT (p<0,01), com média de 1,06±0,11 e 0,45±0,02. A média da pressão parcial de oxigênio e gás carbônico não apresentaram diferenças significantes. Estes resultados revelam aumento da lipoperoxidação das hemácias, da concentração da SOD, carbonilação protéica e atividade da catalase, acompanhado por perda de massa corporal e muscular. Este estudo apresenta evidências experimentais de estresse oxidativo sistêmico na DPOC, sugerindo sua participação na perda de massa corporal e muscular.

ASSUNTO(S)

patologia experimental pulmões - doenças enfisema pulmonar - patologia experimental estresse oxidativo experimental pathology emphysema pulmonary experimental pathology oxidative stress lungs diseaes

Documentos Relacionados