Estratificação química em lagos naturais brasileiros: meromixia e memória hipolimnética

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Limnol. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/09/2012

RESUMO

OBJETIVO: a estratificação química e os padrões de limitação por luz e nutrientes foram avaliados comparativamente em dois lagos naturais, sendo um raso e o outro profundo no sudeste do Brasil. MÉTODOS: as amostragens de pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, sólidos totais dissolvidos e nutrientes foram realizadas mensalmente, durante cinco anos consecutivos no perfil vertical dos dois lagos. RESULTADOS: as análises multivariadas indicaram que o longo período de estratificação térmica favoreceu a ocorrência de estratificação química nos dois lagos. No entanto, no lago mais profundo, o perfil térmico estratificado, com elevadas concentrações hipolimnéticas de nutrientes, condutividade, sólidos totais dissolvidos e potencial redox indicaram que a mistura não foi completa mesmo durante o período de circulação anual, sugerindo uma leve meromixia e alta estabilidade química no hipolímnio. No lago mais raso, elevada atenuação de luz e alta disponibilidade das formas nitrogenadas (principalmente N-NH4) e fosfatadas foram observadas em toda a coluna d'água, mesmo durante a estratificação. No lago mais profundo, foram observadas co-limitação por N e P e baixas coeficientes de atenuação da luz. CONCLUSÃO: os padrões de estratificação térmica e química indicaram que a lagoa Carioca é um lago raso, de rápida circulação com águas túrbidas, rico em nutrientes, enquanto o lago Dom Helvécio é um lago profundo, de águas claras, oligotrófico, com tendência à meromixia e ao isolamento de solutos no hipolímnio. Nesse contexto, a meromixia foi comparada a uma "memória hipolimnética" que foi definida, no caso do lago mais profundo, como a persistência da estratificação química ao longo dos anos durante o período de sua circulação térmica.

ASSUNTO(S)

meromixia estratificação química estratificação térmica

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