Estratégias ventilatórias empregadas na prevenção da lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica em neonatos prematuros / Estratégias ventilatórias empregadas na prevenção da lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica em neonatos prematuros

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Importantes avanços assistenciais em neonatologia ocorreram nos últimos anos, entretanto, a lesão pulmonar induzida pelo ventilador mecânico (LPIV) continua a ser uma importante causa de morbimortalidade entre recém-nascidos prematuros (RNPT) com síndrome do desconforto respiratório (SDR). As diferenças nas práticas utilizadas durante o tratamento dos RNPT com SDR podem interferir na ocorrência e na gravidade da LPIV. Objetivos: identificar e descrever as práticas assistenciais - e a variação entre essas - referidas por médicos de UTIN com programa de Residência Médica em Neonatologia (RMNeo) em atividade no País, e por médicos que atuam nas UTIN do Estado de Mato Grosso do Sul (MS), acerca das estratégias ventilatórias empregadas para a prevenção da LPIV em RNPT com peso <1500g, e relacionar tais práticas às melhores evidências disponíveis atualmente. Os sujeitos foram convidados, via e-mail, a responder um questionário eletrônico com questões abordando o perfil profissional, a disponibilidade de aparelhos de VPM e monitorização respiratória nas UTIN onde atuam e as práticas relativas à utilização de recursos de monitorização respiratória, aos níveis dos gases sangüíneos arteriais e aos parâmetros da ventilação pulmonar mecânica (VPM) utilizadas como estratégias para a prevenção da LPIV em RNPT. Os dados foram analisados pela estatística descritiva. Responderam ao questionário 142 sujeitos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, e do MS. A maioria dos participantes foi do sexo feminino (70,4%), com idade entre 31 e 50 anos (76,8%). Entre os profissionais das regiões Sul e Sudeste, mais de 90% são neonatologistas, enquanto na região Centro-Oeste e entre os profissionais do MS 69% e 51% tem a especialidade, respectivamente. Os médicos das UTIN com RMNeo atuam há mais de 10 anos em UTIN e a maioria dos médicos do MS atuam entre 1 e 5 anos. Os aparelhos de VPM que predominam nas UTIN dos participantes foram o Inter 3 (90,8%) e o InterNeo (68,3%). Cem por cento dos entrevistados referem ter e utilizar o oxímetro; 16% dos que têm monitores de mecânica respiratória não os utilizam e 23,6% dos que têm capnógrafos não os utilizam. Quanto aos gases sanguíneos e parâmetros de VPM houve expressiva variação entre os limites indicados pelos respondentes em todas as variáveis estudadas. No geral, a SaO2 mínima e máxima e a PaO2 mínima mais referidas foram de acordo com as evidências, embora um expressivo percentual tenha indicado valores superiores aos recomendados. Os valores mais referidos de PaCO2 mínima foram abaixo e da PaCO2 e PaO2 máximas foram acima dos recomendados. A PIP máxima, PEEP e FiO2 mínimas mais indicadas foram de acordo com os limites propostos pelas evidências, e a PIP mínima, PEEP e FiO2 máximas, volume corrente, fluxo e tempo inspiratório mínimos e máximos excederam os valores recomendados pelas melhores evidências. Conclui-se que existe grande variabilidade entre as práticas referidas pelos participantes para a prevenção da LPIV em RNPT com peso <1500g, e que um expressivo percentual de respondentes das duas categorias estudadas não emprega em suas práticas as melhores evidências disponíveis atualmente.

ASSUNTO(S)

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