Estrategias de captura de presas e analise de estrutura social de colonias de Anelosimus eximius (Theridiidae)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1995

RESUMO

As aranhas sociais são caracterizadas pela cooperação entre os indivíduos na captura de presas, na manutenção da teia comunal e no cuidado parental. O forrageamento em grupo pode aumentar a disponibilidade de recurso alimentar, por permitir a captura de presas que são inacessíveis para aranhas solitárias. A aranha social Aneloximus eximus (Theridiidae) habita orlas e clareiras de florestas em regiões tropicais da América do Sul. As colônias variam de 1000 a 10000 indivíduos em uma única teia em forma de cesto. As aranhas dessas colônias conseguem capturar presas até 30 vezes maiores que o tamanho corporal de um indivíduo da colônia. Este estudo foi dividido em duas partes: a primeira descreve o comportamento de predação de A. eximius. Para isso, foram realizados experimentos de lançamento nas teias de dípteros, lepidópteros, himenópteros e ortópteros com diferentes tamanhos corporais. Em cada experimento foram registrados: o número de aranhas recrutadas para a manipulação, o número de aranhas participando ativamente da manipulação enredando e picando as presas, o tempo total para a imobilização da presa, o tempo antes da primeira picada, o número total de picadas e a parte do corpo da presa que as recebeu. Na segunda parte verificou-se a existência da divisão de trabalho no processo de captura de presas e sua influência no sucesso reprodutivo das colônias. Para isso, presas foram lançadas em teias e filmados os processos de subjugação para verificar os estadios participavam do processo de captura de presas. Posteriormente as colônias foram coletadas, sendo contados o número de indivíduos de cada estadio e o número de indivíduos por ovissaco. Foram também medidos e comparados o tamanho do cefalotórax de fêmeas fecundadas entre não-fecundadas. Os resultados mostraram que Anelosimus eximius discrimina presas de diferentes tamanhos e categorias taxonômicas. A probabilidade de fuga da teia e o risco de danos às aranhas durante o processo de captura de presas, são os principais fatores que diferencia o comportamento de subjugação entre os diferentes tipos de presas. A estrutura etária das colônias de A. eximius compõem-se de sete estadios e apenas os indivíduos subadultos e fêmeas adultas participam da subjugação de presas e reparo das colônias. A proporção desses indivíduos nas colônias correlacionou negativamente com a densidade de indivíduos nas teias, com o tamanho médio de fêmeas adultas e com o número de indivíduos por ovissaco. A. eximius provavelmente apresenta hierarquia de dominância e divisão de trabalho. Uma distribuição bimodal na estrutura etária de colônias grandes mostrou que alguns indivíduos podem completar a última muda mais cedo. Além disto, como as fêmeas fecundadas possuem maiores dimensões de cefalotórax em relação às não fecundadas é possível que fêmeas maiores tenham uma maior probabilidade de se reproduzirem

ASSUNTO(S)

socialidade aranha

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