Estratégias de bioprospecção e agentes anticancerígenos a partir da flora nordestina. / Strategies for bioprospecting and anticancer agents from the northeastern flora.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/12/2011

RESUMO

Pesquisas têm demonstrado que os vegetais superiores constituem uma importante fonte de compostos bioativos, chegando a contribuir com cerca de 60% dos agentes anticancerígenos usados atualmente. Assim, estratégias que orientem na busca por substâncias ativas, frente à grande diversidade vegetal são imprescindíveis. O presente trabalho pode ser dividido em dois momentos: 1- Revisão das plantas utilizadas para o tratamento de tumores por populações do Brasil com os respectivos estudos farmacológicos e fitoquímicos (Artigo 1 e 2); 2- Comparação da citotoxicidade de abordagens de seleção de plantas a partir da flora da caatinga, sendo ainda investigada a atividade antioxidante e teor de taninos para 14 plantas do semi-árido brasileiro (Artigo 3, 4 e 5). As informações para o estudo das plantas utilizadas contra tumores no Brasil foram obtidas de artigos publicados entre 1980 e 2008. Para confrontar a abordagem aleatória, etnobotânica e da ecologia química, os resultados da citotoxicidade foram comparados entre as plantas selecionadas por cada abordagem. Para isso procedemos a preparação de extratos hexânicos e metanólicos que foram avaliados in vitro frente as linhagens HEp-2 (câncer de laringe) e NCI-H292 (câncer de pulmão) pelo método do MTT (3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5- difeniltetrazólio) a 50μg/mL. Também realizamos a atividade citotóxica e o perfil fitoquímico das frações de Mentzelia aspera L. A atividade antioxidante foi avaliada pelo método DPPH (2,2-difenil-2-picrilhidrazila), e o teor de taninos foi determinado pelo método de difusão radial. Um total 84 plantas medicinais foram mencionadas para o tratamento do câncer no Brasil, sendo que apenas 35,71% dessas possuem ao menos um estudo farmacológico in vitro ou in vivo relacionado ao câncer. No geral, não houve diferenças significativas entre as abordagens (P>0,05). Todavia, as plantas que foram citadas pela população local para o tratamento direto do câncer apresentaram uma discreta vantagem. Destacaram-se com os melhores resultados de citotoxicidade (% de inibição a uma dose de 50 μg/mL) Annona muricata L. (75,06 0,74 in NCI-H292) e Lantana camara L. (74,92 0,19 in NCI-H292. Plantas com melhor atividade antioxidante e com maiores teores de taninos foram: Poincianella pyramidalis (Tul.) (IC50 de 42,951,77 μg/mL e teor de tanino de 8,170,64) and Jatropha mollissima (Pohl) Baill (IC50 de 54,094,36μg/mL e teor de tanino de 2,350,08). A fração hexânica, de Mentzelia aspera L., mostrou-se mais citotóxica frente às células NCI-H292 com uma CI50 20,64 μg/mL e apresentou em sua composição compostos terpênicos. Nós acreditamos que a flora da caatinga pode ser uma valiosa fonte de novos agentes citotóxicos, antioxidante e de plantas ricas em taninos.

ASSUNTO(S)

abordagem aleatória câncer etnobotânica ecologia química farmacologia cancer random approach ethnobotany chemical ecology

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