Estratégias de aprendizagem informal e a aprendizagem dos profissionais de enfermagem - um estudo correlacional em hospitais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/12/2011

RESUMO

As organizações se esforçam em planejar processos de aprendizagem formais e cada vez mais reconhecem a importância da aprendizagem informal, apesar da dificuldade de explicitar de forma quantitativa sua contribuição ao desempenho organizacional. A partir de Pantoja (2004), vários pesquisadores têm estudado estratégias de aprendizagem informal (EAI) e seus antecedentes. A principal contribuição deste trabalho é utilizar as EAI como preditoras da aprendizagem individual dos profissionais de enfermagem, ou seja, um contexto profissional ainda não pesquisado, e a possibilidade de avaliar a validade preditiva das EAI, que são: reprodução, reflexão intrínseca, reflexão extrínseca, busca de ajuda em material escrito, busca de ajuda interpessoal e aplicação prática. As estratégias foram mensuradas por um instrumento com trinta e três afirmativas. As EAI foram utilizadas como preditoras da aprendizagem individual, mensuradas por 18 itens, sendo consideradas variáveis latentes de segunda ordem, com as seguintes dimensões: frequência, importância da aprendizagem individual e estoque de aprendizagem individual. Os dados foram coletados em quatro hospitais e analisados de forma dicotômica (público x privados), e participaram dessa pesquisa 486 respondentes (enfermeiros e técnicos de enfermagem). A análise dos dados foi realizada pela modelagem em equações estruturais com estimação por mínimos quadrados parciais, permitindo a avaliação do modelo de mensuração (validade convergente, discriminante e confiabilidade) e do modelo estrutural (significância dos coeficientes estruturais e tamanho do efeito R2). No ambiente público, as variáveis latentes apresentaram variância média extraída entre 0,47 e 0,76 (validade convergente), a raiz quadrada da variância média extraída foi superior às correlações entre as variáveis latentes (validade discriminante) e a confiabilidade composta superior a 0,71. No ambiente privado, as variáveis latentes apresentaram variância média extraída entre 0,56 e 0,76 (validade convergente), a raiz quadrada da variância média extraída foi superior às correlações entre as variáveis latentes (validade convergente) e a confiabilidade composta superior a 0,83. Quanto ao modelo estrutural, no hospital público, foi observado que, na percepção desses profissionais, há alguma possibilidade de aprendizagem individual (média = 7,41 e desvio padrão = 2,17, numa escala de 1 a 10). Mas apenas a estratégia ajuda interpessoal apresentou influência significativa com a aprendizagem individual. Nos hospitais privados, foi observado que também existe essa percepção da aprendizagem individual (média = 8,83 e desvio padrão = 1,08, numa escala de 1 a 10). E todas as estratégias apresentaram relação significante com a aprendizagem individual, exceto a reprodução, que apresentou relação negativa com a aprendizagem individual (coeficiente estrutural = - 0,358, p <0,01). Esses resultados podem ser explicados do ponto de vista prático pela situação atual das organizações: o hospital público teve recentemente sua administração trocada, um novo modelo de gestão está sendo implantado, principalmente no corpo de enfermagem, que vem afetando os seus processos de trabalho e, consequentemente, seus processos de aprendizagem. Os hospitais privados apresentam um modelo de gestão do corpo de enfermagem bem consolidado. Estão presentes nesse ambiente selos de acreditação em qualidade e os processos de aprendizagem dos profissionais de enfermagem também são fortemente estimulados pela organização.

ASSUNTO(S)

aprendizagem informal estratégias de aprendizagem informal aprendizagem dos profissionais de enfermagem modelagem em equações estruturais informal learning informal learning strategies learning of professional nursing structural equation modeling administracao

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