ESTIMATIVAS DE BIOMASSA LENHOSA, ESTOQUE E SEQÜESTRO DE CARBONO ACIMA DO SOLO AO LONGO DO GRADIENTE DE INUNDAÇÃO EM UMA FLORESTA DE IGAPÓ ALAGADA POR ÁGUA PRETA NA AMAZÔNIA CENTRAL

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Florestas alagáveis exercem um papel importante nos ciclos biogeoquímicos. Entretanto, pouco se conhece a respeito da quantidade de carbono que estas florestas são capazes de estocar. Neste estudo, foram estimados a biomassa lenhosa, o estoque, o seqüestro e o tempo de residência do carbono na biomassa acima do solo em florestas de igapó alagadas por água preta em três cotas de inundação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, Amazônia Central. Adicionalmente, métodos dendrocronológicos foram empregados para determinar a idade das florestas, o incremento radial anual e a densidade da madeira das espécies arbóreas das diferentes cotas de inundação. Para a coleta de dados, utilizou-se 11 parcelas de 625 m2 onde todas as árvores com DAP ≥ 10 cm foram identificadas e aferidas em DAP e altura. As estimativas foram realizadas através de seis modelos alométricos que levam em consideração diferentes variáveis da vegetação. Houve uma mudança na composição florística e um aumento da riqueza de espécies ao longo do gradiente de inundação. Entretanto, com exceção da altura das árvores, que foi maior no igapó alto (menor período de alagamento), as florestas dos igapós baixo, médio e alto não diferiram com relação aos valores médios de DAP, idade, incremento radial anual e densidade da madeira. A idade das florestas foi estimada entre 261 e 337 anos, sendo consideradas florestas maduras. Das seis equações alométricas utilizadas, apenas três que consideravam simultaneamente os parâmetros DAP, densidade da madeira e altura das árvores estimaram valores semelhantes de biomassa lenhosa e estoque de carbono. Em média, o igapó baixo apresentou uma biomassa de 180 Mg/ha, sendo significativamente menor do que os igapós médio e alto (232 e 229 Mg/ha, respectivamente). O mesmo foi observado para o estoque de carbono, que foi respectivamente de 90, 116 e 115 Mg C/ha nas cotas baixa, média e alta. Houve uma tendência ao aumento do seqüestro de carbono de 1,2 na cota baixa para 2,0 Mg C/ha/ano na cota alta, mas o tempo médio de residência do carbono não diferiu significativamente entre os igapós (54, 57 e 78 anos). Comparado a várzeas com alta produtividade, o igapó de Amanã apresenta uma dinâmica de crescimento lenta e conseqüentemente um baixo potencial de exploração para fins madeireiros. Futuros estudos avaliando o crescimento ao nível de espécie são necessários para o melhor entendimento da dinâmica deste igapó.

ASSUNTO(S)

idade dendrocronologia dinâmica florestal densidade da madeira. florestas alagáveis crescimento radial árvores botanica

Documentos Relacionados