Estado nutricional, condições socioeconômicas, ambientais e de saúde de crianças moradoras em cortiços e favela

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Nutrição

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-12

RESUMO

OBJETIVO: Comparar a freqüência da desnutrição entre crianças de 6 meses a 6 anos, moradoras em cortiços e favela, da região central de São Paulo e caracterizar as diferenças das condições socioeconômicas, ambientais e de saúde dos dois grupos. MÉTODOS: Realizou-se estudo transversal com 86 crianças moradoras em cortiços e 84 crianças residentes na favela e respectivas famílias. Classificou-se a desnutrição segundo os índices estatura/idade, peso/idade e peso/estatura, ponto de corte <-1 e <-2 escore-Z, comparados ao padrão National Center for Health Statistics. Os dados socioeconômicos, ambientais e de saúde foram coletados com a aplicação de um questionário durante as visitas domiciliares. Para analisar os dados utilizaram-se o teste do qui-quadrado e o teste t de Student ou o teste Mann-Whitney com nível de significância 5%. RESULTADOS: A proporção da desnutrição leve foi duas vezes maior nas crianças moradoras em favela em relação às residentes nos cortiços e quatro vezes maior para desnutrição moderada. Com relação às variáveis pesquisadas, as famílias moradoras em favela apresentaram piores condições quanto a: renda, despesas com alimentação, trabalho, condições de moradia e saneamento (p<0,001). Quanto às condições de saúde observou-se maior ocorrência de diarréia (p=0,003) e menor cobertura vacinal (p<0,001) entre as crianças moradoras em favela. CONCLUSÃO: A freqüência da desnutrição nas crianças da favela estudada foi maior do que a encontrada nos cortiços e as famílias moradoras na favela foram consideradas extremamente pobres, com condições socioeconômicas e ambientais piores do que nos cortiços, evidenciando aspectos da pobreza urbana ligados à desnutrição infantil.

ASSUNTO(S)

Áreas de pobreza desnutrição epidemiologia nutricional fatores socioeconômicos pré-escolar

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