Estabilidade de geleia de jambo-vermelho (Eugenia malaccensis , Lin.)em copo de vidro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1994

RESUMO

Foram estudadas algumas características físicas e químicas do jambo (Eugenia mataccemis, L.) com o objetivo de se desenvolver tecnologicamente a formulação para a geléia do fruto com e sem casca, fazendo-se o controle químico, físico, microbiológico e análise sensorial dos produtos acabados e estocados a 25 e 35°C, com e sem luz, por um período de 167 a 337 dias. Foram também avaliados a cor e a antocianina em condições ambientais. Estabeleceu-se para a melhor formulação da geléia com e sem casca a adição de 0,28% de ácido cítrico e 0,4% de pectina ATM em relação ao suco, 50% de açúcar (90% de sacarose e 10% de glicose) para 50% de suco. Os resultados demonstraram que o jambo utilizado apresentou um índice médio de maturação 8,1, rendimento em polpa 75,1%, Brix 6,5a, acidez total 0,80 ± 0,12 % em ácido cítrico, pH 3,38 ± 0,01, vitamina C 34,26 ± 0,77 mg / 100 g, antocianina 47,89 ± 0,53 mg / kg, pectina 0,76 ± 0,2 % em ácido péctico, peso equivalente da pectina 12439 ± 53, conteúdo metoxílico (%) da pectina 10,8 ± 0,06, grau de esterificação da pectina 66,17, rotação ótica da pectina 174° ± 12° e umidade. A avaliação sensorial, mostrou que a geléia obtida da polpa com casca foi superior em termos de cor, sabor e impressão global, porém as qualidades (cor, impressão global e consistência) diminuíram durante o período e condições de estocagem em presença de luz e maior temperatura e a nota de sabor foi menor para a maior temperatura; na geléia obtida de polpa sem casca e o tempo de estocagem afetou a cor e a consistência sendo que está decresceu em maior temperatura. O limite de aceitação para geléia com casca foi de 247 dias (tempo considerado como vida útil) e a geléia sem casca foi aceita durante todo o período de estocagem (337 dias) nas condições deste estudo. A luminosidade (LHunter) da geléia sem casca apresentou maiores valores para os produtos colocado em presença de luz, menor temperatura, porém diminuiu durante a estocagem e a geléia de jambo com casca apresentou um acréscimo de LHunter durante o tempo de armazenamento, menor valor em presença de luz e temperatura. O parâmetro de cor amarela (bHunter) aumentou nas geléias estocadas sem luz e maior temperatura. Na geléia obtida com casca houve maior intensidade de cor vermelha (aHunter) em relação à sem casca, havendo um decréscimo ao longo do tempo e na presença de luz e maior temperatura. O produto sem casca, teve um crescimento do aHunter com o tempo e sendo maior valor quando exposta a luz e 35°C. A consistência das geléias determinadas fisicamente foi menor quando estocada na presença de luz e maior temperatura. Observou-se que a consistência e adesividade teve um incremento até o 66° dia, a partir daí, decresceram até o 167°dia. A adesividade não foi influenciada pelo tratamento de temperatura. Observou-se diminuição do teor de vitamina C para os produtos durante o armazenamento e em maior temperatura para a geléia sem casca; e não houve influência da luz na concentração de vitamina C. Os teores de antocíaranas apresentaram maiores valores em condições de maior temperatura e na ausência de luz e decresceram durante a estocagem. Os açúcares redutores apresentaram menores valores em temperatura mais baixa e aumentaram durante o armazenamento. A acidez total, pH e Brix permaneceram constantes, nas condições estudados. Houve uma maior sinérese para a geléia com casca estocada era temperatura mais elevada e um aumento deste fenômeno, durante a estocagem para a geléia obtida com o fruto sem casca. Conclui-se que o jambo é uma matéria-prima viável tecnologicamente para obtenção de geléia, em virtude do alto teor de polpa, de pectina e as boas características sensoriais que apresentaram.

ASSUNTO(S)

geleia - embalagens jambo - industria

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