Espécies de Caryophyllales endêmicas da Mata Atlântica como inibidoras de infecção viral em abobrinha-de-moita

AUTOR(ES)
FONTE

Hortic. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-04

RESUMO

RESUMO No Brasil, a abobrinha-de-moita (Cucurbita pepo L.) é uma olerícola de importância socioeconômica que tem sofrido prejuízos crescentes, devido principalmente aos danos causados pela infecção pelo zucchini yellow mosaic virus (ZYMV). Embora a ocorrência do cucumber mosaic virus (CMV) seja menos frequente, em plantas de C. pepo ‘Caserta’ ele pode causar sintomas como mosqueado, mosaico, distorção de folhas e frutos, além de redução do desenvolvimento das plantas. Para minimizar o prejuízo, a medida de manejo mais utilizada é a aplicação preventiva, porém ineficiente, de inseticidas, visando ao controle da população de afídeos, vetores desses vírus. Assim, a busca por formas de controle ambientalmente menos danosas tem sido alvo de investigação. Este estudo visou avaliar a ação de extratos foliares de espécies nativas de Caryophyllales, como inibidoras da infecção pelo CMV e ZYMV em C. pepo e como indutoras de resistência. Extratos de folhas frescas (EFs) de Guapira opposita, Pisonia ambigua (Nyctaginaceae), Gallesia integrifolia e Seguieria langsdorffii (Phytolaccaceae), previamente avaliados no patossistema tobacco mosaic virus / Nicotiana glutinosa, foram submetidos a diluições progressivas e pulverizados em folhas cotiledonares de C. pepo, 30 min antes da inoculação com o CMV e ZYMV. EFs de G. integrifolia não induziram qualquer inibição em nenhum dos patossistemas. EFs de G. opposita induziram inibição da infecção das plantas inoculadas com o ZYMV inferior a 50%. Na concentração de 1:40, inibiu a infecção das plantas pelo CMV em 70%. Como os extratos foliares de P. ambigua e S. langsdorffii induziram altas porcentagens de inibição, essas espécies foram selecionadas para avaliação de indução de resistência, em experimentos de pré-tratamentos. Os EFs inibiram a infecção de ZYMV e CMV em C. pepo, quando aplicados até 48 h antes da inoculação. Os EFs de S. langsdorffii e G. opposita, também testada para esse sistema, foram eficientes quando aplicados até 72 h antes da inoculação do CMV. Constatou-se que os EFs podem ser preparados a partir de folhas secas e mantidos a -20°C por, pelo menos três anos, conservando a sua atividade inibidora. Esses resultados expandem as possibilidades de manejo das principais viroses da abobrinha-de-moita, de maneira sustentável, sem causar danos ao ambiente, aos produtores e aos consumidores.

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