Espécies alimentícias e medicinais nativas: produtos florestais não madeireiros e potencial de exploração sustentável

AUTOR(ES)
FONTE

Ciência Florestal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

Resumo O objetivo deste trabalho foi identificar espécies nativas que produzem alguns recursos florestais não-madeireiros, visando seu manejo e exploração em diferentes sistemas produtivos e possivelmente contribuindo para a geração de renda para pequenos proprietários, bem como a manutenção das áreas florestais. A pesquisa foi realizada na Área de Proteção Ambiental - APA Tejupá, Corumbataí e Botucatu (SP, Brasil), onde ocorrem os biomas Mata Atlântica e Cerrado. A partir da lista de espécies nativas no plano de manejo da APA, identificamos aquelas mencionadas na literatura por seus usos como medicinais e alimentícios. Para avaliar essas espécies, foram selecionadas aquelas que têm interesse de políticas públicas do governo brasileiro, uma vez que já possuem potencial comercial. Por fim, essas espécies de interesse foram avaliadas com base nos parâmetros de uso sustentável (VPES), para analisar a possibilidade de manejar sustentavelmente essas plantas. Do total de 735 espécies identificadas na região, 329 possuem usos alimentícios e medicinais, sendo que 215 espécies são medicinais e 114 podem ser usadas como fonte de alimento. Além disso, 68% dessas espécies são árvores, demonstrando a alta diversidade de espécies que poderiam ser utilizadas em projetos de restauração florestal e sistemas agroflorestais. No entanto, do total de espécies de plantas detectadas, apenas 22 são objeto de políticas públicas, e apenas 6 destas espécies possuem estudos suficientes para exploração sustentável na região de estudo. Pesquisas e políticas públicas voltadas ao manejo e uso de espécies nativas devem ser reforçadas, visando ampliar o conjunto de espécies que podem ser utilizadas e proporcionar benefícios aos proprietários, além da sustentabilidade ecológica.

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