Erros na aquisição de verbos com alternancia vocalica : uma analise socio-interacionista

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1995

RESUMO

O presente trabalho buscou interpretar os erros na aquisição de verbos com alternância vocálica na fala de M (gravada semanalmente, de 1,06 a 3,06), a luz dos processos metafóricos e metonimicos, propostos por De Lemos (1992). De acordo com esta proposta, o erro é visto como produto de relações que se estabelecem na fala da criança. Algumas descrições sobre a alternância vocálica dos verbos do português são abordadas no Capitulo 11. Delas conclui-se que as explicações para as alternâncias são de base fonológica ou morfológica. Não há consenso a respeito disso entre os autores. Ao que parece, a alternância pode ser considerada como um ítem em variação no português. As explicações oferecidas pelos autores tentam cercar esta fato. A realidade é que as descrições encaram a lingua como produto e não como processo, que é o que se busca contemplar em aquisição da linguagem Neste capitulo, conclui-se que a lingua é heterogênae está em constante movimento, também no caso da alternância vocâlica. No Capitulo 111 foram resumidos alguns estudos de diferentes posições teóricas, que do alguma forma, contribuiram para o estudo do tema. Em primeiro lugar, abordou-se o trabalho de Perroni Simões (1976), que chegou a propor quo a aquisição destes verbos se daria pela aplicação do uma regra gramatical. Em 1977. esta autora e Stoel-Gammon levantaram a hipótese, de que a aquisição da 1a. pessoa seria derivada a partir da 3a. pessoa do singular, tomada como forma básica. Os erros com os verbos de alternância vocálica foram interpretados como evidância para esta hipótese. Tal hipótese foi mais tarde sustentada por Bybee (1985), que buscou nos dados do aquisição da linguagem, a confirmação para sua hipótese sobro a organização de paradigmas. Ainda neste capitulo, o modelo de Karmiloff-Smith (1986) foi lembrado, pois propõe um tratamento para a aquisição da morfologia. Por último, a proposta sócio-interacionista foi apresentada desde a definição dos processos dialógicos até a proposta dos processos metafóricos e metonimicos, descritos por De Lemos (1992). No Capitulo IV, a análisa dos erros com verbos de alternância vocálica na fala de M foram interpretados como sendo uma ressignificação da fala do outro na fala da M, via processo metafórico e metonimico. A dependência da fala do outro está marcada pela manutenção da abertura da vogal do radical, tal como é na 3a. pessoa, revelando a semelhança com a fala do outro, ao mesmo tempo em que ocorre uma substituição, pela marcação de /o/ desinencial. Observou-se que esta forma hibrida passou a ocupar o mesmo ambiente sintático antes ocupado pelas formas em 3a. pessoa. Neste sentido. o paradigma inicial de M começa a se estabelecer por meio de relações do semelhanças e diferenças em relação à fala do outro. As considerações finais estão esboçadas no Capitulo V

ASSUNTO(S)

aprendizagem verbal aquisição de linguagem conscientização da linguagem nas crianças

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