Erotismo e contemplação em Infância, de Manoel de Barros

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Esta pesquisa propõe analisar os textos ―Obrar‖, ―Ver‖, ―O apanhador de desperdício‖, ―Achadouros‖, ―Sobre importâncias‖ e ―Soberania‖ presentes, respectivamente nos livros Memórias Inventadas: A Infância, Memórias Inventadas: A Segunda Infância, Memórias Inventadas: A Terceira Infância, publicados em 2003, 2006 e 2008 e de autoria de Manoel de Barros, pois parte-se da premissa que os discursos estéticos dos sujeitos destes textos representem a arquitetônica de Barros ao apontar para a construção de discursos contrários aos proferidos pelo sistema político-social contemporâneo, uma vez que, enquanto o discurso hegemônico, com sua lógica excludente e acumulativa, prega um respeito ao mundo cartesiano e lógico representado pelo mundo do trabalho, surge a construção de contradiscursos expressos pelos sujeitos dos textos supracitados, que preconizam o mundo por meio de uma ótica que valoriza o subjetivismo concreto e, ao mesmo tempo, contemplativo e erótico, representado pela visão e voz de um sujeito adulto-criança, em sua infância. Dessa forma procura-se evidenciar a construção estética desses contradiscursos, por meio de uma análise bakhtiniana sobre sujeito, tempo e espaço. As noções teórico-analíticas estudadas pelo Círculo de Bakhtin (o que compreende os escritos de Bakhtin, Voloshinov e Medvedev) fundamentam a proposta desta pesquisa (especificamente dialogismo enquanto noção filosófica norteadora do Círculo russo , ética-estética, sujeito, cronotopia e carnavalização), uma vez que (co)laboram para uma melhor compreensão acerca da constituição do contradiscurso estético de Barros. Essa maneira de ver, entender e retratar o mundo conquista uma nova significação estética que despreza o sentido de velocidade e de exatidão do ―mundo adulto‖ presente no discurso hegemônico para transcendê-lo em leveza, erotismo e contemplação, valores transgredientes e constituintes das memórias da infância do sujeito adulto-criança, ―porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática‖ (Barros, 2003, IX).

ASSUNTO(S)

linguistica bakhtin, mikhail mikhailovitch, 1895-1975 - crítica e interpretação hegemonic discourse círculo de bakhtin linguagem - filosofia discurso hegemônico contrary discourses (ou counter discourses) manoel de barros contradiscurso manoel de barros ethical and aesthetic subject sujeito éticoestético bakhtin circle círculo de bakhtin linguistica hegemonic discourse contrary discourses (ou counter discourses) manoel de barros ethical and aesthetic subject bakhtin circle

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