Epidemiologia molecular de amostras brasileiras do vírus da Doença de Aujeszky

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A doença de Aujeszky é uma enfermidade causada pelo Herpesvírus suídeo 1 (SuHV-1) e é responsável por perdas econômicas consideráveis na indústria de suínos. É caracterizada por sinais clínicos graves com alta letalidade em animais jovens e pode estabelecer infecção latente no glânglios neuronais. O primeiro diagnóstico no Brasil ocorreu em 1912 em são Paulo (SP). Novos focos ocorreriam depois com um impacto de um milhão de reais por ano somente no estado de Santa Catarina (SC). É uma doença de notificação obrigatória desde 1934 e um programa de erradicação foi aprovado em 2007. O objetivo desse trabalho foi utilizar a epidemiologia molecular como uma ferramenta para assistir no estudo dos focos. Vinte e cinco isolatos das regiões sul e sudeste, a estirpe padrão Shope e a estirpe vacinal Bartha foram multiplicadas em células PK-15 e submetidas a uma PCR para os genes de gE e gC. A estirpe Bartha (sB) amplificou apneas para gC como esperado. Os amplicons foram purificados, quantificados e seqüenciados utilizando-se o Big Dye Terminator Kit. As seqüências foram editadas e alinhados com Bioedit (v. 7.0.5.3) e as árvores filogenéticas foram reconstruídas no MEGA 4.0 usando o método de Neighbor-Joining. As seqüências para gE foram altamente conservadas e agrupadas em dois grupos maiores (A e B, divided in B1 and B2). um grupo foi formado por Shope, isolados de 1983 e 1984 do Paraná (PR), Minas Gerais (MG) e dois isolados de SP. Isolados de SC e do Rio Grande do Sul (RS) agruparam-se no grupo B. O subgrupo B2 foi formado por isolados de focos ocorridos em 1983 (SC), 2000 (PR) e 2003 (RS). A árvore filogenética para gC teve valores de bootstraps maiores com quase todos os isolados nos mesmos grupos que da árvore de gE. Apenas dois isolados de RS (anos 1954 e 2003) agruparam-se em B2. Todos os outros isolados de SC e dois de SP agruparam-se em B1. Shope e sB e um isolado de SP (1990) agruparam-se em um quarto e novo grupo. Resultados mostraram que os isolados brasileiros agruparam-se em quatro diferentes grupos. Os focos mais recentes no PR e RS foram causados por isolados similares aos encontrados em SC desde 1984. dois alelos para gE foram encontrados e podem estar relacionados com os períodos dos focos nos estados do Sul. As mutações não-sinônimas não tiveram influência nos sítios funcionais para N-glicosilação (N-g) em ambos os genes. Seqüências de gC tiveram maior variabilidade e adições e deleções de trincas de nucleotídeos. Nenhum dos três domínios de ligação à heparina foram afetados pelas mutações. Um sítio quente entre os nucleotídeos 535 e 559 resultou em uma mudança de uma região hidrofóbica para hidrofílica nos isolatos de SC, RS e sB. Apesar das muitas mutações em sB, as mesmas não ocorreram no domínio hidrofóbico N-terminal de 22 aminoácidos. Esse domínio funciona como uma seqüência sinal e já foi descrito anteriormente como mutado em sB de modo a participar na redução da virulência da estirpe. Todos os isolados brasileiros, exceto um de SP, agruparam-se em clados diferentes dos isolados internacionais. Os resultados provam que os isolados brasileiros divergemgeneticamente das estirpes internacionais, mas não possuem mudanças ignificativas na composição dos aminoácidos

ASSUNTO(S)

epidemiologia molecular teses suíno doenças teses aujeszky, doença de teses vírus do herpes em animais teses

Documentos Relacionados