Epidemia de sarampo e trabalho escravo no Grão-Pará (1748-1778)

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. estud. popul.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-08

RESUMO

ResumoO artigo apresenta o impacto populacional provocado pela epidemia de sarampo (1748-1750) na capitania do Grão-Pará e sua relação com o processo de inserção da mão de obra escrava africana. A análise é fundamentada na documentação produzida no século XVIII, levantada em diferentes arquivos brasileiros e portugueses, incluindo correspondências oficiais, crônicas, memórias, mapas populacionais e listagens de mortos pela epidemia. A documentação serial foi posta em base de dados, construída a partir das 80 listagens de mortos pelo sarampo, o que permitiu uma análise do impacto demográfico da epidemia. Concomitantemente, a contagem populacional das vilas e povoações da capitania, do terceiro quartel do século XVIII, compôs uma segunda base de dados e auxiliou na compreensão da distribuição interna de escravos africanos. O ponto de interseção entre as bases de dados é formado pelo conjunto da documentação histórica administrativa, que trata dos efeitos da epidemia e das possibilidades de solução da crise de mão de obra - ocasionada pela alta mortalidade de indígenas. O estudo procura mostrar não apenas a mortalidade causada pelo sarampo, mas também a construção de uma política para a inserção de escravos africanos na região. Para tanto abordam-se a epidemia em Belém, a importância do trabalho indígena para os colonos, o número de mortos e a distribuição da mortalidade considerando espaço e sazonalidade (meses e anos). Também se discutem a luta entre projetos para sanar a demanda de mão de obra, gerada pela alta mortalidade do sarampo, e a política de inserção de escravos africanos para combater a carência de trabalhadores, bem como a distribuição desses escravos na capitania.

ASSUNTO(S)

sarampo Índios escravos amazônia grão-pará

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